Diretorias com altos salários no Banco do Nordeste viram alvo de disputa entre lideranças políticas

Segundo uma fonte desta coluna, pelo menos quatro das seis diretorias devem mudar de comando no novo governo

Legenda: Sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza
Foto: Divulgação

O novo presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, só assumiu o comando do banco quase três meses após a posse do presidente Lula, o responsável pela indicação. Ele tomou posse após aprovação do Conselho de Administração do Banco no último dia 29 de março. A disputa pelos cargos da instituição, entretanto, continua agitando os bastidores.  

São seis cargos de diretoria com altíssimos salários e enorme influência política. Exatamente por isso, as lideranças políticas nordestinas com influência em Brasília se movimentam em todos os sentidos em busca de indicar aliados para os cargos estratégicos.  

Junto ao novo presidente Paulo Câmara foram confirmados seis diretores cujos vencimentos mensais fixos podem chegar a quase R$ 50 mil. Esses diretores ainda recebem dividendos de acordo com as metas traçadas pela gestão. As pressões para indicação dos cargos parte, principalmente, de deputados federais e senadores que, aglutinados nos partidos, tentam emplacar aliados. 

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Uma fonte desta coluna no Congresso Nacional diz que a disputa de bastidores está acirrada e envolve, inclusive, deputados federais cearenses. A aposta desta fonte, que prefere não se identificar, é que quatro dos seis diretores atuais devem ser substituídos para fazer acomodações políticas. 

Além de um orçamento bilionário com uma carteira de clientes que começa em microempreendedores e vai até grandes conglomerados empresariais, o Banco do Nordeste é um ativo político importantíssimo na Região, principalmente pela capilaridade de suas ações de fomento do desenvolvimento econômico. 

Ainda na gestão de Jair Bolsonaro, o comando do banco passou por intensa disputa de lideranças políticas ligadas aos partidos na órbita do governo federal. Agora, no governo Lula, a disputa pelos cargos segue a mesma, ou ainda mais acirrada, por conta de o presidente ter uma base ainda mais forte na Região. 

Decisão judicial 

A indicação de Paulo Câmara para o cargo envolveu uma grande engenharia política e, mesmo assim, só foi possível depois de uma decisão judicial. No mês passado, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, em decisão liminar, suspendeu um trecho na Lei das Estatais que proibia a posse em estatais de dirigentes partidários e secretários. 

De acordo com a decisão do ministro, dirigentes partidários - caso de Câmara - poderiam assumir cargos de comando em estatais desde que deixassem os cargos nos partidos. 

Nova rodada de negociações 

No Congresso Nacional, o clima entre os parlamentares é de expectativa para as indicações no BNB. Parlamentares ouvidos por esta Coluna admitem que as nomeações devem ser aceleradas quando o Governo Lula perceber que não terá facilidade nas votações na Casa.

Diretoria Executiva do Banco do Nordeste

  • Presidência - Paulo Câmara
  • Diretoria de Negócios - Anderson Possa
  • Diretoria de Planejamento - Bruno Ricardo Pena de Sousa
  • Diretoria de administração - Haroldo Maia Júnior
  • Diretoria de Controle e Risco - Lourival Nery dos Santos
  • Diretoria Finaneceira e de Crédito - Luiz Abel Amorim de Andrade
  • Diretoria de Ativos de Terceiros - Thiago Alves Nogueira