O senador Cid Gomes, ainda no PDT, é o personagem central na crise interna do partido no Estado. A liderança dele e as circunstâncias políticas levaram a uma divisão interna cuja consequência é a debandada do partido, a ser apenas confirmada pela via judicial. Deputados e prefeitos vão sair, mas e o senador?
A pergunta segue pairando no ar porque, embora tenha declarado que as decisões do grupo seriam tomadas em conjunto, Cid Gomes não foi categórico sobre sua decisão de deixar a legenda. Ao contrário, nos últimos meses, todas as vezes que foi questionado sobre o assunto, ele declarou que não iria deixar a sigla.
Na reunião da última terça-feira (8), Cid Gomes saiu da reunião detalhando a concessão das cartas de anuência aos deputados, mas ele mesmo, por ser detentor de um mandato majoritário, não necessitaria desta formalidade. Quando questionado sobre o seu futuro individualmente, a resposta foi evasiva:
“Combinamos aqui que nós, de posse da carta de anuência e munidos de informações comprovando da perseguição que os membros do diretório estadual têm sofrido, ingressaremos na justiça individualmente pedindo que a justiça reconheça as razões do nosso entendimento de perseguição”.
Embora parlamentar, o cargo de senador é preenchido por meio de votação majoritária e não proporcional. Por este motivo, o entendimento constitucional brasileiro é que os detentores de cargos majoritários como presidente da República, governadores, senadores e prefeitos, podem trocar de partido livremente, sem risco aos mandatos.
Nos bastidores, parlamentares que participaram da última reunião disseram a esta coluna que o entendimento é que “sairemos todos juntos”. Ou seja, na melhor hipótese, Cid Gomes deve esperar a conclusão dos julgamentos dos casos dos deputados para deixar a legenda.
Também nos bastidores, aliados do senador consideram que, em breve, ele poderá ser expulso do partido tendo em vista o desgaste interno com o comando nacional, inclusive com o irmão Ciro Gomes.
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