Cid Gomes confirma diálogos de Ciro com o União Brasil, mas conversa não envolve cenário estadual

Articulações envolvem ainda PSDB e MDB e fazem parte de uma tentativa de dar força à terceira via, mas o próprio Ciro diz achar pouco provável um acordo

Legenda: O senador cearense acompanhou o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, em evento na Capital

O senador cearense Cid Gomes (PDT) confirmou, em entrevista a este colunista, o início das conversas do irmão, pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes, com o União Brasil, em busca de uma aliança nacional. Ele fez questão de destacar que as conversas são nacionais e a pauta estadual não entrou em debate. No Ceará, o União Brasil é presidido pelo deputado federal Capitão Wagner líder da oposição e pré-candidato a governador.

O primeiro encontro entre Ciro, Carlos Lupi, que é presidente nacional do PDT, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, e Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, ocorreu em Brasília na última quarta-feira e tem o objeitvo de tentar trazer o PDT para o debate com outros partidos como PSDB e MDB, conforme noticiou o Jornal O Globo.

“É verdade que o Ciro se encontrou com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Não tem nada a ver com o Ceará, quero deixar isso bem claro. Não quero gerar nenhuma suspeição em relação aisso. A conversa que houve, do PDT com o União Brasil, é uma conversa do Brasil. Não foi feita nenhuma referência ao Ceará”.
Cid Gomes
Senador

No Ceará, o partido confirmou, recentemente, o comando para Capitão Wagner, pré-candidato ao governo do Estado. Até sair a confirmação, houve uma intensa negociação de bastidores, envolvendo o suplente de senador Chiquinho Feitosa, mas Wagner levou a melhor e cravou uma vitória preliminar importante na sucessão estadual.

“Ao que me consta, o Bivar tinha um compromisso pessoal aqui de assegurar o partido ao Wagner. Respeitamos isso e vamos iniciar o diálogo nacional, mas de forma apartada da questão do Ceará, é bom que fique claro”, reforçou.

Articulações de março

Lideranças nacionais estão buscando diálogos entre os nomes da chamada “terceira via” em busca de algum consenso para tentar dar mais força ao grupo dos que não desejam nem Lula (PT) e nem Bolsonaro (PL) nas próximas eleições. Os candidatos nesta faixa, entretanto, não estão conseguindo decolar nas pesquisas.

Ciro tem ironizado a possibilidade de acordo entre os partidos de Centro. Ele já chegou a questionar o seguinte: “O que eu tenho a ver com Michel Temer?”. Agora, entretanto, o pré-candidato admite o início das conversas, embora continue dizendo que acha difícil sair um acordo disso.

Cid Gomes, entretanto, foi mais otimista. “Por que não?”, disse em resposta à pergunta sobre se consirava possível um entendimento entre as legendas.

“Nós (PDT) estamos num campo que achamos que o Bolsonaro é terrível. E que o futuro deve ser o futuro e não a volta ao passado. Está ficando claro que o Brasil precisa de um projeto que mude essa mesmisse”, afirmou.

Cid Gomes acompanhou nesta sexta-feira (25) o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que foi um dos palestrantes do Congresso Nacional do Ministério Público que ocorre em Fortaleza. O senador Eduardo Girão (Podemos) também participou do ato com Pacheco.