Carlos Lupi, atualmente licenciado de sua posição como presidente nacional do PDT, atua como Ministro da Previdência no governo de Lula. Apesar da vasta carga de trabalho na Pasta, com a necessidade de acelerar o reconhecimento de benefícios para os trabalhadores que buscam aposentadoria, Lupi deixou suas responsabilidades em Brasília para viajar a Fortaleza nesta segunda-feira, 26 de junho. Seu objetivo era resolver a crise no PDT do Ceará.
Esta tarefa não é simples, mas é estratégica para as futuras aspirações do partido no Brasil. O Ceará é o estado onde o PDT tem maior presença, com 13 deputados estaduais, 5 deputados federais e 59 prefeitos. Fortaleza, a maior cidade governada pelo partido no país, é também o lar de Ciro Gomes, o último candidato do PDT à Presidência.
A predominância estadual do PDT, conquistada após a entrada dos irmãos Cid e Ciro Gomes no partido em 2015, justifica a atenção de Lupi. O partido está enfrentando sua maior crise desde então. Seu candidato à Presidência terminou a última eleição em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos, uma queda significativa em relação ao resultado de 2018, quando obteve 13,3 milhões de votos.
No Ceará, o partido sofreu uma divisão durante o debate para a escolha do candidato a governador no ano passado. A escolha de Roberto Cláudio por maioria no diretório dividiu as lideranças. O candidato terminou em terceiro lugar no resultado final do primeiro turno.
Em âmbito nacional, em 2022, filiados ao partido, principalmente deputados federais, pressionaram a liderança nacional devido ao fraco desempenho de Ciro Gomes nas pesquisas, o que dificultou a eleição dos parlamentares nos estados.
Naturalmente, Lupi soube lidar com a situação. No entanto, o fato agora é que, se o partido tiver um plano nacional de crescimento e ambição para conquistar novos espaços, precisará reorganizar suas estratégias a partir do Ceará.
Se a crise interna no Estado continuar a escalar, é muito provável que ocorra uma debandada de filiados, e o partido corre o risco de chegar debilitado às eleições municipais de 2024.
Tom ameno não diminui a crise
Em relação à reunião do grupo alinhado a Cid, embora o tom tenha sido mais ameno em comparação aos conflitos recentes, isso não significa que houve um cessar-fogo.
O rompimento entre os dois grupos persiste e, pelo menos a curto prazo, não há perspectiva de reconciliação. Por essa razão, torna-se difícil entender a estratégia de Cid em insistir na liderança do partido.
A crise interna no PDT cearense é de resolução extremamente difícil, principalmente enquanto os filhos de José Euclides Ferreira Gomes e Maria José permanecerem em conflito.
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