Após evento semelhante à 'farofa da Gkay' na campanha, prefeita do Interior pode ser cassada

Ação na Justiça Eleitoral, movida pela oposição, teve parecer favorável do Ministério Público Eleitoral

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 16:44)
Legenda: A prefeita assumiu o mandato recentemente, mas enfrenta duas ações que podem levá-la à cassação
Foto: Reprodução/redes sociais

O Ministério Público Eleitoral, na 21ª Zona Eleitoral do Ceará, emitiu parecer favorável à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida contra a prefeita de Ipu, Milena Damasceno (PT), e sua vice, Arlete Mauricéia. A manifestação do MP no processo reconhece a ocorrência de “abuso de poder econômico” durante a campanha eleitoral de 2024, especialmente na realização do evento denominado “Farofa da Milena”, que se assemelhava a micaretas, no entendimento do órgão. 

A ação, proposta pela coligação adversária “Ipu no Rumo Certo”, aponta que as candidatas promoveram atos de campanha com uso excessivo de recursos financeiros, resultando em desequilíbrio no pleito. Entre os eventos citados, destaca-se a tal “Farofa da Milena”, ocorrida em agosto do mesmo ano. 

A nomenclatura é uma analogia ao evento chamado “Farofa da Gkay”, criado pela influenciadora digital Gessica Kayane, que reúne celebridades anualmente na data do aniversário dela e ficou conhecida como uma festa de grandes proporções.
 

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O Ministério Público, ao analisar os fatos, concluiu haver elementos suficientes para configurar abuso de poder econômico no ato. O evento foi realizado em desobediência a uma decisão judicial que proibia sua execução e teve características semelhantes a um showmício, incluindo a distribuição de camisas e a presença de trio elétrico de grande porte. 

A própria promotoria, ao analisar os fatos, apresentou uma outra ação judicial pedindo a cassação da chapa pelo mesmo motivo. 

Caso está nas mãos da Justiça Eleitoral 

Diante dos indícios de irregularidade, o MP se manifestou a favor da procedência da ação e a aplicação das sanções previstas na legislação eleitoral. A decisão final caberá à Justiça Eleitoral da 21ª Zona, que analisará o caso e poderá determinar desde multas até a cassação dos mandatos da prefeita e sua vice. 

O caso tem gerado repercussão no Município. A defesa de Milena Damasceno e Arlete Mauricéia sustenta que o evento não configura abuso de poder e que as acusações não demonstram influência decisiva no resultado das eleições. A Justiça Eleitoral ainda não definiu uma data para o julgamento.