Após 20 anos, Ceará volta a ter renúncia de um governador; veja como é a transmissão do cargo

Camilo Santana deixa o cargo de olho na eleição ao Senado; Izolda assume com discurso de continuidade. Há duas décadas, Tasso passava o governo a Beni Veras

Legenda: A partir deste sábado (2), o Ceará passa a ter Izolda Cela como nova governadora
Foto: Fabiane de Paula

Neste sábado, 2 de abril, o Ceará passa a ter uma nova comandante no Poder Executivo estadual: Izolda Cela (PDT). Será a primeira vez na história que uma mulher ocupa o posto maior do Estado de forma efetiva. Por outro lado, a renúncia de um governador – caso de Camilo Santana (PT) - não acontecia há exatamente 20 anos no Ceará.

No exercício do terceiro mandato à frente do Governo do Estado, Tasso Jereissati (PSDB) resolveu renunciar para disputar uma vaga de senador pelo Estado, disputa nas urnas que ele viria a vencer também, em outubro daquele ano de 2002.

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Naquele ano, no dia 5 de abril, o gabinete do então governador enviou à Assembleia Legislativa do Estado um termo de transmissão do Cargo ocorrido na sede do Poder Executivo Estadual, que na época, ficava no Centro Administrativo do Cambeba.

Após a renúncia de Tasso Jereissati assumiu o cargo o então vice-governador Benedito Clayton Veras Alcântara, conhecido como Beni Veras. Beni foi ainda senador da República e ministro no governo Itamar Franco.

Rito de transferência

Neste ano, entretanto, os atos públicos relativos à transmissão do cargo devem ter maior visaibilidade. Está marcada para 16h deste sábado, na Assembleia Legislativa, uma sessão solene para a leitura da carta de renúncia do governador Camilo Santana.

Pouco depois, às 17h, no Palácio Abolição, atual sede do governo estadual, haverá a cerimônia de transmissão do cargo de governador do Estado entre Camilo Santana e Izolda Cela. A partir deste momento, o Estado estará sob novo comando.

Novos rumos

Camilo Santana, após sete anos e três meses, deixa o cargo para cumprir os ditames da Legislação Eleitoral que exige a renúncia de ocupantes de cargos que desejem concorrer a outros postos nas eleições gerais. Ele deve ser o candidato a senador na aliança governistas local, comandada por PT e PDT.

Marcado pela gestão de crises consideráveis como a da Segurança, que teve rebelião em presídios e motim na PM, e da Saúde, com a pandemia da Covi-19, o governo do petista também exibe marcas importantes como ter atingido 60% das escolas estaduais atendendo os estudantes em tempo integral – com previsão de universalizar o modelo em 2026 – e os recordes de investimentos públicos, colocando o Ceará, proporcionalmente, como o que mais investe no País.

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Em todos os momentos, a vice-governadora teve um papel destacado na gestão, quando foi colocado sob sua liderança o programa Ceará Pacífico, uma das apostas do governo para a redução da violência no Estado.

Governo de continuidade

Agora, com a caneta na mão, Izolda Cela deve manter a estrutura administrativa montada pelo antecessor. Em contato com esta coluna, na última semana como vice-governadora, ela sinalizou que só fará mudanças no secretariado, o primeiro escalão dos seus auxiliares, se for por necessidade.

A nova gestora tem repetido que o governo é de continuidade. Agora, à frente da gestão, Izolda terá desafios importantes até o dia 31 de dezembro. E ainda pode concorrer à reeleição no cargo, pois é uma das pré-candidatas do PDT.