Ao sinalizar reabertura da economia, Camilo tenta gerar otimismo e adesão ao isolamento

O governador do Ceará anunciou prorrogação do lockdown por mais uma semana, mas deu previsibilidade de retomada a partir de 5 de abril

Legenda: Os dados apresentados pelo governador e o secretário de Saúde do Estado indicam que o isolamento social rígido está tendo resultado positivo

O governador Camilo Santana (PT) anunciou, na noite desta sexta (26), a manutenção das medidas de distanciamento social rígido no estado. As medidas valem por mais uma semana, até domingo de Páscoa, dia 4.  

O chefe do Executivo e o secretário de Saúde, Dr. Cabeto, apresentaram dados que mostram uma tendência de estabilização do atendimento de pacientes na rede pública, o que, na avaliação da Secretaria de Saúde, revela um efeito positivo do lockdown até aqui. 

Mas o que pode ser considerada a melhor notícia é a sinalização da possibilidade de início da retomada gradual dos setores não essenciais da economia no dia 5 de abril.

Ao dar uma previsibilidade de reabertura, mesmo que gradual, o estado gera uma  corrente natural de otimismo, em um momento tão difícil para o Ceará e o Brasil.

O indicativo, por outro lado, pode também ensejar uma mobilização, com dose de esforço maior da população neste período de uma semana, em que haverá a Semana Santa.  

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Como é um feriado que normalmente tem uma movimentação muito grande entre as cidades cearenses, o horizonte de estabilização visa também reduzir sobremaneira os fluxos, o que é mais importante neste momento de alta na pandemia. Os dados da covid-19 são deveras preocupantes. Não há espaço para relaxar. 

Dia de debates sobre a pandemia 

Camilo Santana teve um dia cheio de reuniões. Já no início do dia, os governadores tiveram encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em que foram apresentadas as demandas dos estados ao governo federal.

A lista tem aceleração do processo de liberação da vacina, a homologação de leitos de UTI, mas principalmente, um pedido de coordenação nacional das ações.  

Os governadores se queixaram, como antecipamos neste espaço, do boicote feito pelo presidente Jair Bolsonaro às medidas de distanciamento social adotadas pelo Estado. 

Auxílio emergencial na pauta

Outra pauta tratada foi o pedido dos governadores para que o auxílio emergencial a ser pago neste ano seja no valor de R$ 600 mensais, semelhante ao que ocorreu no ano passado.

Segundo as informações veiculadas na mídia nacional, o presidente Rodrigo Pacheco afirmou aos governadores que a possibilidade é bem remota por restrições orçamentárias.

Todas as demandas, entretanto, serão encaminhadas ao comitê nacional de enfrentamento à covid-19.