André Figueiredo confirma reaproximação com o PT e evita falar da posição de Ciro

Sem confirmação de saída de Ciro, PDT se movimenta em direção a aliança com o PT no Estado

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 15:13)
Legenda: Presidente estadual do PDT, André Figueiredo diz que o partido segue a linha de manter diálogos para a reaproximação com o PT
Foto: Fabiane de Paula

O PDT definiu, em encontros realizados na semana passada, manter a estratégia de reaproximação com o PT tanto em Fortaleza quanto no governo do Estado. Os presidentes estadual, André Figueiredo, e nacional, Carlos Lupi, confirmaram a estratégia e aguardam contatos com lideranças petistas para seguirem a tratativa. 

André Figueiredo confirma a esta Coluna a tratativa e reafirma que o interesse do partido é se reestruturar pensando na eleição do próximo ano. Ele evita falar na situação do ainda correligionário Ciro Gomes, que estaria de saída do Partido. 

“Ciro é um amigo. Tenho respeito por ele, mas não temos como apoiar ninguém que seja da extrema-direita. Essa não é a tradição do PDT, ao contrário. A situação dele quem tem que definir é ele mesmo”, sugeriu. 

O PDT já participa da gestão do prefeito Evandro Leitão na Capital e agora está próximo da adesão também à administração estadual, após as turbulências instaladas na legenda desde 2022, quando houve o rompimento interno. 

Vereadores defendem liberação de dissidentes 

Com a maior bancada na Câmara Municipal de Fortaleza, a sigla quer se preparar para o embate do ano que vem, começando por uma “faxina” interna. Isso incluiria a liberação para saída de mandatários sem questionamentos judiciais.  

André Figueiredo, entretanto, nega que haja possibilidade de anuência, mas ponderou que fechada a nova posição da legenda, todos serão informados e terão que fazer uma opção. 

Ciro Gomes em direção contrária 

Enquanto o partido se movimenta para a esquerda, Ciro Gomes e seus aliados vão no sentido contrário. Ele está tentando liderar um projeto de oposição a Elmano de Freitas e Camilo Santana. Essa é uma obviedade a mostrar que os dois projetos já não conversam mais. 

Entretanto, sem declarações sobre rompimento oficial de lado a lado, a situação vai se arrastando sem definição. 

Desconforto geral 

André Figueiredo voltou a dizer que o PDT “não está e nem nunca esteve à venda”, em relação a declaração de Ciro, na última sexta-feira de que “poderosos” estariam tentando comprar o partido para evitar que ele seja candidato à governador do Estado. 

“O Ciro sabe disso, nunca estivemos à venda. Convive conosco há muito tempo. Quando o Lupi soube que ele disse isso, rebateu imediatamente. Um absurdo”, declarou.