A certeza e as dúvidas sobre a sucessão em Fortaleza após a convenção do PDT

Partido segue dividido e o futuro dos líderes vai começar a ser traçado para o embate na Capital em 2024

Legenda: Ciro Gomes referendou a postura de Sarto e Roberto Cláudio em relação ao posição sobre o governo Elmano no evento
Foto: Fabiane de Paula

A convenção do PDT realizada no último sábado (15), em Fortaleza, deixou uma certeza e algumas interrogações. Na Capital, sob comando de Roberto Cláudio, o diretório está unido e apoiando o nome do prefeito José Sarto à reeleição. Isso está claro. Por outro lado, o ato apenas confirmou a divisão na Legenda. Os interesses parecem inconciliáveis e é aí que nascem os questionamentos. 

O racha entre PT e PDT na última eleição deixou, como era previsível, sequelas. O grupo que comanda o diretório municipal está alinhado a Sarto, Roberto e Ciro. Entretanto, a bancada estadual do partido, por maioria, está mais próxima do governo Elmano de Freitas (PT). Fala-se que a maioria dos prefeitos do Interior também estão, ao lado de Cid Gomes, Camilo Santana e Evandro Leitão. 

Está evidente, pelos últimos acontecimentos, que o presidente das Assembleia não tem clima para continuar do PDT. A questão que se coloca é: para que partido iria e quem, do PDT, vai acompanhar.

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Evandro é apontado nos bastidores como o nome mais forte próximo ao ministro Camilo Santana para a disputa da Prefeitura da Capital. 

A questão partidária é um gargalo. Nos bastidores, lideranças ventilam a possibilidade de que um grupo de pedetistas, insatisfeito com os embates internos, migre para PSB ou Republicanos. Essa tese, porém, esbarra na insegurança que a migração geraria pela inconstância dos comandos nacionais das duas legendas. 

A ida de Evandro ao PT é uma possibilidade. Entretanto, há considerações a serem feitas. Aceitará o PT a entrada de um novo filiado, sem tradição no partido, para ser candidato à prefeito da maior Cidade do Estado? A conferir.

É bom lembrar que, na Capital, há um grupo coeso, sob comando de nomes como Luizianne Lins e Guilherme Sampaio – base de militância do governador Elmano – que não se curvou aos interesses do comando estadual quando Camilo era governador. 

Posição de Cid Gomes 

Outro ponto de interrogação neste cenário é a posição do senador Cid Gomes. Ele encontra-se no grupo que deseja uma “reconciliação” com o PT no Estado. Entretanto, para o momento, parece pouco provável que o parlamentar deixe o PDT para tentar liderar um grupo que, invariavelmente, baterá de frente com o irmão Ciro. 

Além do mais, também nos bastidores, todos sabem que a relação de Cid e Evandro não vem bem desdes a montagem do governo Elmano, em dezembro.

O sumiço na última eleição estadual, sob alegação de não concordância com a indicação de Roberto Cláudio como candidato, serviu de justificativa. Não me parece que um novo afastamento em 2024 será perdoado pela história política do senador.