Voos da Latam para Lisboa saem lotados de Fortaleza e com 21 toneladas de cargas

A Latam Brasil bateu seu próprio recorde no transporte de cargas nos voos entre Fortaleza e Lisboa. A companhia transportou 21 toneladas por partida no mês de maio, quando a empresa operou 4 voos.
Na estreia do voo em abril, a Latam teve média de 20 toneladas de cargas pagas no trecho de Fortaleza a Lisboa.
A Latam, portanto, supera seu próprio recorde em maio e passa a enviar 21,1 toneladas de carga de porão em seus Boeings 787-9 para Portugal.
Além de cargas pagas, outro resultado excelente foi o de passageiros pagos, quando o mesmo índice de ocupação de 95,3% foi atingido. Foram 1.144 passageiros transportados no trecho de ida.
Análise da rota
São números absurdamente positivos nos dois primeiros meses de operação, que sequer, são meses de núcleo de alta estação.
Na média, considerando ida e volta, 14,8 toneladas de carga e uma boa ocupação de 83,3% em passageiros.
Air France e TAP mantiveram, respectivamente, 10,2 toneladas por decolagem a Paris e 12,1 toneladas de carga a Lisboa. A própria Latam, para Miami, transporta 13,3 toneladas.
Os voos a Lisboa superam todos esses. Vinte toneladas de carga equivalem ou supera o ganho de se transportar aproximadamente 200 pessoas e suas bagagens.
É preciso consignar apenas que numa operação semanal, como o caso, é mais provável que se consiga concentrar toda a carga de uma semana.
Os prodigiosos resultados, porém, contrastam com um fato incômodo. Os voos da Latam entre Fortaleza e Lisboa, a priori, só estão previstos para operar até meados de outubro.
Em oportunidades anteriores, a Latam reforçou em comunicado à Coluna que se tratava sim de apenas um voo sazonal e é o que se vê hoje nos voos previstos nos sistemas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os voos estão de fato desbalanceados entre ida e volta: saem do Brasil muito mais passageiros que retornam. Isso é visto em todas as outras rotas que analisamos no Brasil. Além disso, o resultado em carga é muito mais balanceado entre ida e volta.
Ainda, a amplitude da diferença em Fortaleza, era maior em abril e já diminuiu um pouco em maio, o que é bom, porque melhora o resultado da rota.
Por que a relutância em tornar regular esse voo? Evitar confrontar o incremento da Air France que virá novamente em outubro próximo? Os voos, entretanto, têm tido resultados tão bons, por que não manter e avaliar?
O CEO da Latam, Roberto Alvo, informou que sempre pensou em desenvolver o hub doméstico de Fortaleza - o que tem acontecido vagarosamente -, para depois pensar num desenvolvimento maior de voos internacionais.
Por que não adiantar isso, dado que, até aqui, traz tão bons frutos?
Perguntamos a Latam como via os resultados de maio: “A Latam Airlines Brasil informa que qualquer novidade sobre a rota será comunicada oportunamente pela companhia”.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.