De poltrona tecnológica a vinho e salmão: como é voar na classe executiva pela Iberia

Escrito por
Igor Pires producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:11)
Legenda: A viagem foi a bordo de uma aeronave moderna do modelo Airbus A350-900
Foto: Igor Pires / SVM

Este colunista teve a oportunidade de experimentar a classe executiva (business) da companhia aérea Iberia, serviço que estará disponível em Fortaleza a partir de 2026. O trajeto foi realizado entre Madri e São Paulo, a bordo de uma aeronave moderna do modelo Airbus A350-900, conhecida como X-tra Widebody, em razão de sua ampla seção transversal.

O voo entre estava programado para as 11h50, horário local da Espanha. O pushback (movimento de afastamento da aeronave da porta de embarque) iniciou às 11h54, seguido pelo início do táxi (movimento da aeronave no solo) às 12h00. A corrida de decolagem (takeoff roll) começou às 12h03, marcando o início de um voo com duração aproximada de 10 horas.

De forma geral, as primeiras impressões foram bastante positivas, como o conforto da cabine, um cardápio elaborado, a ergonomia das poltronas, o kit de amenidades oferecido aos passageiros e o baixo nível de ruído durante o voo.

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A temperatura da cabine estava agradável, contribuindo para um ambiente tranquilo, complementado por música instrumental e um drinque de boas-vindas.

Nesta semana, o valor das passagens para o voo em questão varia entre R$ 7.275 e R$ 16.562. Quando a rota Fortaleza-Madri estava em operação, o custo médio estimado por passagem é de aproximadamente R$ 10 mil.
 

Estrutura interna da aeronave 

Imagem mostra as poltronas cinzas e parte interna da aeronave
Foto: Igor Pires

A aeronave conta com oito fileiras, cada uma composta por quatro assentos: um próximo à janela e dois localizados entre os corredores, totalizando 32 assentos.

Foto mostra como é a poltrona
Foto: Igor Pires

As poltronas, de design tecnológico, oferecem um conceito de assento-cama, equipadas com uma colcha específica. Essa ergonomia permite ajustes confortáveis, facilitando atividades como alimentação, assistir a filmes ou trabalhar no computador.

O que foi servido 

Mesa dentro do avião, com taças de vinho de comida
Legenda: Experiência teve conforto e cardápio variado
Foto: Igor Pires / SVM

Logo após a decolagem, a tripulação iniciou o serviço de bordo, passando pelos assentos para anotar os pedidos do prato principal do almoço. Entre as bebidas oferecidas estavam whisky Blue Label, cervejas, vinhos, vodca, rum e licores variados.

Ao optar por vinho, este colunista recebeu uma carta bastante diversificada, com opções de tintos, brancos e vinhos doces. A comissária ofereceu uma degustação de três rótulos para auxiliar na escolha. Após a decisão, ela utilizou um mapa da Espanha para indicar a origem dos vinhos selecionados.

Ela também compartilhou uma curiosidade interessante: a carta de vinhos é renovada a cada três meses por um sommelier, e os vinhos selecionados precisam manter a estabilidade de sabor tanto em solo quanto durante o voo de cruzeiro, o que exige atenção especial, já que fatores como a pressão da cabine podem interferir nas características sensoriais da bebida.

Além da harmonização com vinhos, o serviço incluiu uma seleção de queijos, azeitonas pretas, snacks e amêndoas.

Almoço

Um prato de salmão
Foto: Igor Pires / SVM

O almoço foi servido às 12h40, menos de uma hora após a decolagem. Como entrada, optei por um timbale de salmão defumado com tartar de abacate, acompanhado de folhas de alface, vinagrete e uma variedade de pães. Para temperar, estavam disponíveis sal, pimenta e azeite de oliva.

Prato de costela
Foto: Igor Pires / SVM

O vinho tinto acompanhou toda a refeição, servido em taças de vidro, com talheres de metal. Entre as opções de prato principal, estavam costelas de cordeiro, filé de merluza e gnocchis ao molho de tomate. Escolhi as costelas de cordeiro ao molho de jerimum (abóbora), acompanhadas de pãezinhos artesanais e azeite.

Sobremesa

Prato de sobremesa, com vinhos, queijo e uma torta
Foto: Igor Pires /SVM

A sobremesa foi sorvete de maçã com cones de caramelo, além de chocolates 70% cacau, servidos com café com creme. Também foram oferecidos vinhos doces e um licor espanhol chamado Pedro Ximénez. 

Estava me deliciando a mais de 10 mil metros de altitude sobre o mar, como nunca. Durante todo o voo, os passageiros podiam solicitar a qualquer momento sanduíches preparados com os tradicionais presuntos ibéricos, além de uma cesta de frutas, snacks e chocolates.

Uma experiência à parte

Durante o voo, este colunista recebeu uma gentileza especial: um convite para visitar a cabine de comando, algo raro nos dias de hoje. Embora não tenha sido permitido registrar o momento com fotos, a oportunidade foi incrível para alguém apaixonado por aviação

As últimas vezes em que estive em uma cabine durante o voo ocorreram em julho de 2001, em um Boeing 737-300 da extinta Transbrasil, e, posteriormente, em 2012, a bordo de um Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira. Desde então, haviam se passado mais de 13 anos.

Durante a visita, ocupei o jump seat, assento de observação localizado atrás dos pilotos, e conversei com o comandante e o primeiro oficial. A interação foi cordial e bastante informativa. Também havia um terceiro piloto a bordo, em período de descanso, conforme exigido para voos de longa distância entre Madri e Guarulhos. 

Nos voos entre Madri e o Nordeste brasileiro, como Fortaleza e Recife, a operação será realizada com tripulação reduzida. As condições meteorológicas ao longo da rota estavam estáveis.

Solicitei ao comandante que verificasse a presença de nuvens densas acima ou abaixo da aeronave, mas o radar não indicava qualquer instabilidade, o que favoreceu uma condução tranquila do voo.

 

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