Azul teve prejuízo milionário com voos no interior do Ceará, diz secretário do Turismo
O secretário de Turismo do Ceará (Setur), Eduardo Bismarck, disse em entrevista à coluna que a companhia Azul teve prejuízos milionários com a operação da Azul Conecta em cinco cidades do interior do Ceará.
Recentemente, a companhia anunciou o fim dos voos em Sobral, Cruz-Jeri, Iguatu, São Benedito e Crateús. Bismarck também acredita ser muito difícil o retorno dessas operações.
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“É muito difícil a Azul retornar (com a Azul Conecta), a empresa se retirou, é muito difícil voltar. Eles nos explicaram que, mesmo com todos os incentivos, os prejuízos foram milionários e muito maiores do que eles próprios previram”.
Ele reforçou que o momento atual com a Azul é de incrementar voos em Fortaleza.
“Dessa forma, nesse primeiro momento, quero investir tempo e conversa para fins de aumento de rotas para a capital. Também não é fácil, porque a Azul tem muitas aeronaves paradas, as manutenções estão tomando mais tempo para acontecer”, explicou.
Segundo a Azul, fatores como o aumento “brutal de custos”, a subida forte do dólar e dificuldades com a cadeia de suprimentos aeronáuticos em todo o mundo foram decisivos para a decisão ora tomada.
Eduardo Bismarck explicou que agendas como a mitigação de gases estufa tem deixado as operações mais complexas.
“Os motores são mais econômicos, mas são mais modernos e complexos. Para essa complexidade, as manutenções acontecem com maiores frequências e menos oficinas podem realizar o serviço”, completou o secretário.
“A Azul Conecta descontinuou 14 bases, não foi apenas no Ceará. Temos a oportunidade de ver o copo meio cheio, pois a Azul representa um número pequeno de operações no estado, então há oportunidade para reforçar as operações”, reforçou o secretário.
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Peso da Fraport
Ele pontuou ainda que é preciso ouvir outras companhias, incluindo a Fraport Brasil, concessionária do Aeroporto de Fortaleza.
“A Fraport tem negociações no mundo inteiro com companhias europeias como a Iberia. O diálogo (deles) com as companhias aéreas, o diálogo se dá de uma maneira mais profissional, ocorre por volta de duas vezes por ano, terei uma reunião com eles na quinta-feira (16) com a Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil”.
A Fraport, embora tenha lançado programa de incentivo a voos domésticos, não conseguiu que companhias como Latam e Gol se valessem deles.
Em 2017, com a chegada da Fraport a Fortaleza, havia expectativa de incremento de voos de companhias europeias, uma vez que a concessionária opera em grandes aeroportos do mundo, incluindo o de Frankfurt, na Alemanha.
“Eles (Fraport) estão negociando agora os voos que vêm para outubro. O que quero fazer é uma provocação, a empresa tem tudo para fazer isso (negociar com companhias), é isso que eu quero entender mais”, comentou o titular da Setur.
Fluxo aéreo
O ano de 2023 foi muito ruim para a capital em termos de fluxo aéreo, quando o aeroporto de Fortaleza caiu por volta de 5% em movimentação em relação a 2022 e que, com sorte, o aeroporto cresceria muito pouco no comparativo 2024-2023.
“Estou buscando soluções, não queremos sempre comparar com ninguém, nem apontar o dedo. Sei que o aeroporto de Fortaleza é um dos que ainda não recuperou no comparativo do pré-pandemia e estamos muito atrás de Recife e Salvador. Sei que estamos atrás em assentos. O que posso fazer para contribuir é como disse, reformular a política de promoção, quais promoções valem a pena fazer, buscar quais mercados são mais relevantes para nós”, reforçou.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.