Foram 19 dias de Jogos e é claro que a gente não abandona esse espírito olímpico tão facilmente. E também a gente joga uma pitada de Tóquio na análise da Série A.
Assisti à maratona masculina, uma das provas mais tradicionais. Comecei com uma pitada de desconfiança, desacreditado, até que um brasileiro (nada favorito) surgiu no primeiro pelotão. Era Daniel do Nascimento. A primeira parte da prova passou, a metade chegou, mas na terceira o nosso compatriota começou a dar sinais de dores, passou mal e abandonou.
A campanha do Fortaleza traz algumas semelhanças com a surpresa de Daniel, mas tem uma diferença essencial. Já estamos quase na metade da 'maratona' da Série A, e o Tricolor de Aço é a surpresa do primeiro pelotão (Atlético-MG, Palmeiras, Bragantino), mas não demonstra sinais de cansaço, pelo contrário, está firme nas três primeiras colocações e sem titubear (mesmo com a derrota no Clássico-Rei).
Nesse ponto, o Leão está com características de Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, que oscilou muito pouco e se manteve no primeiro pelotão, até disparar nos 1000 metros finais. A diferença é que a brasileira de ouro era favorita.
Ainda não sabemos se o Tricolor vai ser Daniel do Nascimento ou Ana Marcela Cunha, mas é fato que essa Série A já faz despontar uma esperança diferente, daquelas de fazer o torcedor sentar no sofá e não desgrudar os olhos.