A Turner, empresa do grupo WarnerMedia, que detém acordos de TV fechada com sete clubes da 1ª divisão (Ceará, Fortaleza, Bahia, Palmeiras, Santos, Athletico-PR e Internacional) desistiu de prosseguir com contratos a partir de 2022, exercendo cláusula que a permitia sair sem pagar qualquer indenização.
Com isso, Vovô e Leão perderam, até assinarem um novo contrato com outro canal de televisão, um braço importante da receita anual proveniente da cessão destes direitos a partir de 2022. Para se ter ideia, em 2020, após acordo entre a Turner e os times participantes, uma cota de cerca de R$ 20 milhões foi paga.
Se os valores fossem repetidos e os contratos mantidos até 2024, com a manutenção dos clubes na Série A, o montante bruto do Tricolor e Alvinegro receberiam poderia ultrapassar R$ 120 milhões.
Cenário complexo
A partir de 2022, agora o cenário está em aberto. Os 7 clubes podem se unir em bloco e tentar vender os direitos, garantindo ao comprador uma fatia de 35% dos jogos da TV fechada. O que é complexo, tendo em vista que o modelo não se mostrou sustentável economicamente para antiga detentora.
Outra saída é tentarem acordo com a Globo individualmente. Ao site Máquina do Esporte, Fernando Manuel Pinto, diretor de esportes do Grupo Globo e responsável pela negociação com os clubes, afirmou que não abrirá mão de manter o modelo de divisão de receitas entre os clubes que vigora desde 2019.
“Temos hoje, na Série A, um modelo estabelecido. Não nos distanciamos desse padrão em todas as aquisições ao longo dos anos por coerência, respeito aos clubes já signatários e crença de que não se administra uma questão como essa, de construção de um modelo coletivo via acertos individualizados no decorrer do tempo, sem estabelecer um padrão”, afirmou à Máquina do Esporte.
Sob a atual divisão de receitas de TV fechada na emissora, a queda de arrecadação de Ceará e Fortaleza é praticamente certa, tendo em vista os valores antigos da Turner. Mesmo assim, este ainda seria um cenário positivo para os clubes, já que, no momento, não há nada em vista.