Ontem, foi uma péssima quarta-feira para o mercado financeiro brasileiro: a Bolsa de Valores B3, que abrira seu pregão em queda, desabou do meio da tarde até o fim das operações, repercutindo a ata da reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, que, na reunião da semana passada, registrou um debate entre seus integrantes sobre a possibilidade de aumentar os juros da economia norte-americana.
Outro trecho da ata admitiu que os juros altos poderão permanecer altos por muito mais tempo.
Imediatamente depois da divulgação da ata do FED, os mercados mundiais entraram em polvorosa. As bolsas de Nova Iorque e as da Europa caíram, e a brasileira ampliou suas perdas.
A Bolsa brasileira caiu 1,38%, fechando o dia aos 125.650 pontos, uma perda de mais de 1.700 pontos em só dia.
Ontem, no fim da tarde, comentou-se sobre a possibilidade de o Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central, em sua próxima reunião no fim de junho, manter inalterada a atual taxa de juros Selic, que hoje está no patamar de 10,50% ao ano.
O mercado também acompanhou com interesse o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que falou ontem na Câmara dos Deputados. Ele fez declarações que aumentaram as preocupações dos economistas, dos empresários e dos investidores.
Haddad declarou-se preocupado com terceiro trimestre deste ano porque não sabe, ainda, como virá o custo da reconstrução do Rio Grande do Sul. Esse custo ainda não está calculado, o que só será possível quando as águas baixarem.
Em algumas regiões gaúchas, as águas já baixaram e deixaram à mostra o tamanho do desastre: a economia do Rio Grande do Sul, suas cidades, sua agropecuária, sua indústria, seu comércio e sua infraestrutura rodoviária estão destroçados.
Admite-se que o custo de refazer tudo passará da casa dos R$ 100 bilhões, e isto terá repercussão direta nas contas públicas, que fecharão este ano com mais um déficit que poderá chegar a 0,8% do PIB.
O ministro Haddad criticou o mercado financeiro, que chamou de fantasminha. Ele disse que não entende esse ruído todo que está acontecendo. “Esse ruído não está fazendo bem para a economia brasileira e não tem amparo”, afirmou Fernando Haddad, na opinião de quem “esses ruídos foram patrocinados e não são reais”.