Trump, que conversou com Putin, diz que há chance de guerra acabar
Os dois presidentes conversaram ontem sobre o conflito na Ucrânia. Trump considerou “boa e produtiva” a conversa, torcendo para o fim “dessa guerra horrível e sangrenta”

Finalmente, o presidente dos Estados Unidos e seu homólogo russo Vladimir Putin conversaram ontem, quinta-feira, 13, à noite. Foi uma conversa “boa e produtiva”, como disse Trump hoje, sexta-feira, em mensagem pelas redes sociais. A mídia internacional está divulgando os últimos acontecimentos a respeito dos entendimentos para uma solução de paz para a guerra na Ucrânia.
“Há uma grande chance de que essa guerra horrível e sangrenta possa finalmente chegar ao fim”, acrescentou o presidente norte-americano.
A íntegra da mensagem de Trump é a seguinte:
"Tivemos discussões muito boas e produtivas com o presidente Vladimir Putin da Rússia ontem, e há uma grande chance de que esta guerra horrível e sangrenta possa finalmente chegar ao fim.
“Mas, neste exato momento, milhares de tropas ucranianas estão completamente cercadas pelos militares russos e em uma posição muito ruim e vuilnerábvel.
“Eu pedi fortemente ao Presidente Putin que suas vidas sejam poupadas. Este seria um massacre horrível, um que não se via desde a Segunda Guerra Mundial. Deus os abençoe a todos!!!”
O que escreveu Trump – e esta é uma observação da coluna – passa a impressão de que ele quer transmitir ao mundo a posição de desvantagem das forças ucranianas, pressionando o presidente Volodomir Zelensky a concordar com as condições de cessar fogo e de paz duradoura que o presidente russo deverá apresentar.
Entre essas condições estão a proibição da presença de tropas estrangeiras no território ucraniano, a proibição da entrada da Ucrânio na OTAN e sua desmilitarização. Algo que humilharia o governo, o povo e as tropas da Ucrânia. A Rússia é o país invasor.
De Berlim, chega a informação de que o futuro primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, deu entrevista à imprensa anunciando que o governo alemão enviará € 3 bilhões em ajuda imediata à Ucrânia.
O QUE DIZ O SECRETÁRIO DO TESOURO DOS EUA
Bem distante e diferente do que se lê, do que se ouve e do que se vê a respeito do que diz e faz o presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Homer Bessent, um milionário investidor, com larga experiência no mercado financeiro, tem opiniões bem claras sobre o que pretende a atual gestão do governo da grande nação do Norte diante dos governos e dos mercados mundiais.
Há poucos dias, ele falou no Clube Econômico de Nova Iorque e o que ele disse não foi divulgado. Diante das atuais circunstâncias e pela oportunidade, esta coluna extraiu alguns trechos da palestra de Bessent, que esclarecem a questão das tarifas, explicando-a, e da economia norte-americana. Ei-los:
“Dadas as minhas raízes de cidade pequena, estou extremamente focado nos bancos comunitários dos Estados Unidos. Os 4 mil bancos comunitários que operam em todo o país, em todos os condados dos EUA, são uma das razões mais importantes para o desempenho econômico superior dos EUA nas últimas décadas.
“Apesar de deterem apenas 15% dos ativos e depósitos do setor, os bancos comunitários representam 40% dos empréstimos para pequenas empresas, 70% dos empréstimos agrícolas e 40% dos empréstimos imobiliários comerciais. Eles têm relacionamentos fortes com seus clientes e adaptam seus empréstimos aos negócios de seus vizinhos. Eles têm sido cada vez mais prejudicados por supervisão e regulamentação onerosas. Os bancos comunitários estão de fato sobrecarregados com requisitos de relatórios improdutivos que têm pouco a ver com a redução do risco financeiro material. Os sistemas de classificação regulatória têm sofrido com o desvio de missão, pois os reguladores aplicam padrões subjetivos. Fusões produtivas e sinérgicas são frequentemente retardadas devido a questões de supervisão imateriais.
“(...) O acesso a produtos baratos não é a essência do Sonho Americano. O Sonho Americano está enraizado no conceito de que qualquer cidadão pode alcançar prosperidade, mobilidade ascendente e segurança econômica. Por muito tempo, os criadores de acordos comerciais multilaterais perderam isso de vista. As relações econômicas internacionais que não funcionam para o povo americano devem ser reexaminadas.
“É para isso que as tarifas são projetadas – nivelar o campo de jogo de modo que o sistema de comércio internacional comece a recompensar a engenhosidade, a segurança, o estado de direito e a estabilidade, não a supressão salarial, a manipulação da moeda, o roubo de propriedade intelectual, as barreiras não tarifárias e as regulamentações draconianas. Na medida em que as práticas de outro país prejudicam nossa própria economia e nosso povo, os Estados Unidos responderão. Esta é a Política Comercial America First.”