SRH abre o CAC e libera águas do S. Francisco para o Castanhão

Antes da abertura do Cinturão das Águas, equipes da SRH visitaram e advertiram as populações ribeirinhas do Riacho Seco, ao longo do qual há passagens molhadas e em cujas margens há plantações de banana.

Legenda: O Cinturão das Águas do Ceará (CAC) volta a liberar água do S. Francisco para o açude Castanhão
Foto: Antônio Rodrigues

Nesta quarta-feira, às 10 horas, a secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Governo do Estado abriu o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), liberando 10 m³ por segundo das águas do rio São Francisco para o Riacho Seco, que as levará até o Rio Salgado e deste ao rio Jaguaribe, até chegarem ao açude Castanhão.

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Antes da iberação das águas do CAC para o Riacho Seco, técnicos e funcionários da SRH visitaram as comunidades ribeirinhas, comunicando sobre a descida das águas. Ao longo do Riacho Seco, além de várias passagens molhadas, há comunidades que cultivam banana e outras frutas.

No ano passado, por esta época, as chuvas que desabaram sobre as nascentes do Riacho Seco alcançaram a marca de 300 milímetros, provocando fortes enchentes, que causaram erosão nas margens, onde se faz a plantação de bananas. 

Essas enchentes tiveram nada a ver com as águas do Projeto São Francisco, mas mesmo assim a SRH teve o cuidado de, nos últimos dias, transmitir aviso às comunidades do Riacho Seco sobre a liberação das águas, que acontecerá logo mais à tarde.

O secretário Francisco Teixeira, que amanhã, pessoalmente, visitará as comunidades do Riacho Seco, estima que, nos próximos quatro meses, o Castanhão ganhará do São Francisco um reforço de 100 milhões de metros cúbicos de água.
 
Todo esse volume será transportado para o sistema de açudes que abastecem Fortaleza e sua Região Metropolitana – Pacaus, Pacoti, Riachão e Gavião.

Ontem, em Jati, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, autorizou a abertura da tomada d’água que liga a barragem do Jati ao canal do CAC.
 
Na prática, isto significa a retomada do bombeamento das águas do São Francisco para o Ceará, que estava suspenso desde setembro do ano passado. 

A água é bombeada na Estação Elevatória de Salgueiro, a poucos quilômetros da barragem de Jati, que se localiza na divisa do Ceará com Pernambuco. Há duas bombas em operação, as quais, juntas, jogam no Canal Norte do Projeto São Francisco o equivalente a 25 m³ por segundo. 

Metade desse volume vai para a Paraíba e o Rio Grande do Norte; a outra metade é desviada, em Jati, para açude Castanhão, no Ceará. Esse volume continuará sendo bombeado, segundo disse à coluna o secretário Francisco Teixeira.

Ele também informou que Fortaleza já está recebendo água do açude Castanhão, e esse fornecimento continuará ao longo do ano. 

Teixeira estima que, em quatro meses, será possível acumular 100 milhões de m³ de água no Castanhão, volume que será maior se forem confirmadas as previsões da Funceme, que prevê boas precipitações nos próximos meses de março e abril.

Neste momento, a pluviometria registrada tem sido aquém da expectativa, depois de haver sido acima da média histórica no último mês de janeiro.