Quem são e onde estão os acionistas de M. Dias Branco
Empresa cearense, líder do mercado nacional de massas e biscoitos, tem ações negociadas na Bolsa B3, na qual estão pulverizados 19% do seu capital
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Durante um par de horas, Gustavo Theodózio, vice-presidente de Investimentos e Controladoria, e Fábio Cefaly, diretor de Relações com Investidores do grupo cearense M. Dias Branco, expuseram ontem para um grupo de jornalistas números e informações sobre a companhia, que saiu de uma receita de R$ 6,1 bilhões em 2019 para R$ 10,8 bilhões em 2023. Os resultados financeiros de 2024 serão divulgados na segunda quinzena do próximo mês de fevereiro.
Empresa de capital aberto, 19% do qual estão pulverizados na Bolsa de Valores B3, a companhia controlada pela família Dias Branco, com sede em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, tem números bem interessantes. Por exemplo: 58% dos seus acionistas são estrangeiros, entre os quais se incluem grandes fundos internacionais de investimento, como um da Malásia, que recentemente investiu nela R$ 60 milhões.
A presença desses investidores no capital de M. Dias Branco obriga Theodózio e Cefaly a fazerem duas viagens para reuniões com eles – uma no primeiro semestre para Nova Iorque, Londres e Ásia, outra no segundo para Nova Iorque e Canadá.
Mas há outro detalhe também interessante acerca dos acionistas brasileiros de M. Dias Branco: estão concentrados em São Paulo e no Rio de Janeiro e 55 mil deles são pessoas físicas. Deve ser lembrado que, em 2016, eram apenas 1.500 os acionistas pessoas físicas da companhia cearense, que é líder do mercado nacional de biscoitos e massas, com 32% de market share.
“Nós pagamos dividendos trimestralmente”, informa Gustavo Theodózio, que acrescenta outro número impressionante: em 93% dos lares brasileiros, há pelo menos uma das mais de duas dezenas de marcas dos produtos fabricados pelas unidades industriais de M. Dias Branco. Algumas dessas marcas registram vendas anuais superiores a R$ 1 bilhão.
Fábio Cefaly lembra que 55% da receita da companhia são produto das aquisições (a empresa adquiriu várias grandes empresas brasileiras, como a gigante Piraquê, do Rio de Janeiro, a pernambucana Vitarella e uma estrangeira, a Las Acacias, de Montevideo, no Uruguai).
Hoje, M. Dias Branco tem 22 plantas industriais localizadas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, nas quais trabalham 16 mil colaboradores.
A empresa cearense tem 29 Centros de Distribuição e está presente em 300 mil pontos de venda localizados em 3.200 cidades do país.
“Somos uma empresa sólida e em permanente crescimento. Nossa dívida é de R$ 2 bilhões, mas nosso caixa tem R$ 2,2 bilhões, ou seja, não temos dívida”, diz Theodózio, adiantando um dado que fundamenta sua informação: M. Dias Branco tem a nota máxima, o Triplo A (AAA), da agência de risco Fitch Rating.
Fábio Cefaly detalha a posição da empresa cearense no mercado de massas e biscoitos do Brasil: a primeira colocada é M. Dias Branco, com 32%; a segunda é a Marilã, com 8%; a terceira é a Bauducco, com 7%; a quarta é a Nestlê, com 6%.
“Se fizermos mais uma aquisição, criaremos problema para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Economia)”, diz Gustavo Theodózio, apontando para a internacionalização como estratégia de crescimento de M. Dias Branco.
Hoje, a empresa exporta para mais de 40 países, incluindo quase todos os da América Latina e vários da África. Também vende para os EUA, mas com “White Label”, ou seja, com a marca própria das redes de supermercados que atuam na Flórida e Nova Iorque e que importam seus produtos.
Da estratégia de internacionalização de M. Dias Branco faz parte a instalação de uma unidade na Península Ibérica (Espanha ou Portugal), que seria a catapulta para o abastecimento dos mercados do Norte da África, a começar pelo Marrocos.
Mas o foco tem sido a expansão da presença de M. Dias Branco no mercado do Sul e Sudeste do Brasil, onde já dispõe de plantas, marcas, escritórios e CDs. “Para crescermos mais no Sul e Sudeste, não precisamos de aquisição, mas a aquisição acelera esse processo”, como explica Fábio Cefaly.
O ano de 2024 foi difícil porque, além da explosão dos juros e do câmbio, subiram os preços das commodities como trigo, óleos de palma e soja, cacau e, também, energia elétrica.
“Tivemos de adotar várias providências, e como resultado nosso portfólio ficou mais rico. Não temos problema estrutural, mas estamos, e por extensão toda a indústria brasileira, navegando em um oceano desafiador”, informa Theodózio.
Para concluir: a Inteligência Artificial desembarcou há um bom tempo na M. Dias Branco, e hoje tem papel de protagonista nas rotinas da empresa.
Gustavo Theodózio conta que, até pouco tempo atrás, o que era feito em até 15 dias por um time de oito pessoas – como, por exemplo, a elaboração de relatórios sobre a performance dos vários setores da empresa – a IA executa a tarefa em questão de minutos, e com perfeição. Tudo isso com pessoal especializado da casa, com assistência de uma bigtech.
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