Queijos do Ceará ganham medalhas em Feira do Leite

Das medalhas de prata e uma de bronze foram conquistadas na Bahia por queijos da Mata Branca, uma fazenda de Limoeiro do Norte. E mais: 1) Uma Reforma Tributária com urgência: 2) O Brasil e o mundo

Legenda: Três queijos produzidos pela cearense Mata Branca foram premiados em Feira do Leite na Bahia
Foto: Mata Branca Queijos / Divulgação

Festa na Mata Branca Queijos, pequena empresa de lacticínios Limoeiro do Norte, que acaba de conquistar três prêmios na XVI Enel – Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, famosa feira de queijos do Nordeste promovido anualmente pelo Sebrae da Bahia na cidade de Vitória da Conquista.

A Mata Branca ganhou duas medalhas de prata e uma de bronze, concorrendo com grandes queijarias da região nordestina.

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No seu canal no Instagram, a Mata Branca Queijos publicou o seguinte a respeito de sua surpreendente conquista:

“No início, um sonho. Em seguida, um objetivo. Por fim, nem em sonho! Assim chegamos aqui. Participar do XVI Enel, em Vitória da Conquista (BA), foi desafiador e, ao mesmo tempo, empolgante. Como resultado, inesperado (mesmo que sonhado) veio uma surpresa que trouxe mais responsabilidade e desafios: duas medalhas de prata e uma de bronze. Os três queijos premiados em sua primeira participação e em seu primeiro ano de vida.”

Cleber Barreto, dono da Mata Branca Queiroz, não esconde o sorriso de alegria, mas, simultaneamente, já se preocupa com o sabor e a qualidade do que produzirá e levará para a exposição e a degustação da XVII Enel.

Em tempo: a indústria de lacticínios do Ceará tem progredido em alta velocidade e qualidade nos últimos cinco anos. 

BRASIL PEDE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA

Quando se fala em “planejamento tributário”, assim mesmo, com aspas, fala-se, na verdade, em como não pagar imposto ou, no mínimo, em como pagar menos imposto. 

Tirante o Imposto sobre o Consumo, que atinge (do verbo atingir, no que ele tem de mais destruidor) o pobre e o rico, indistintamente, o Imposto sobre a Renda é, no Brasil, um exemplo pronto e acabado de como privilegiar o andar de cima e castigar o andar de baixo. 

Esse “planejamento tributário” – especialidade a que se dedicam grandes escritórios de advocacia no país todo – é produto dos “lobbies” que, no Congresso Nacional, pressionam deputados e senadores pela aprovação de propostas de interesse de poderosos grupos econômicos. 

Neste momento, véspera de eleição, está paralisada no Parlamento a tramitação de mais um projeto de Reforma Tributária, que, como esta coluna já advertiu, só será possível se, antes, houver um Pacto Federativo que equilibre o interesse dos entes federados. 

Deve-se, por exemplo, levar em conta que o estado de São Paulo, sozinho, responde por 40% do PIB nacional. Assim, uma Reforma Tributária digna do nome terá de alcançar o estado da arte.

Com o objetivo de contribuir para que, finalmente, o país venha a ter um modelo tributário moderno e justo, o Observatório de Política Fiscal da Fundação Getúlio Vargas acaba de lançar o livro digital – “Progressividade Tributária e Crescimento Econômico” – que, em 13 capítulos de 10 autores diferentes, conduz à conclusão de que os que têm maior capacidade de pagamento devem recolher mais imposto. 

Como o sistema tributário brasileiro, hoje, é regressivo, os de renda mais baixa acabam pagando mais imposto.

Aqui está uma advertência contida no livro: em 2023, o trabalhador que recebe, mensalmente, um e meio salário-mínimo pagará Imposto de Renda de forma compulsória, se a tabela desse tributo não for corrigida.

Organizador do livro, o economista Manoel Pires escreve: 

“A progressividade é um dos princípios mais eloquentes de um sistema tributário. Existe um grande apelo social embutido no princípio de que os mais ricos devem contribuir mais com o desenvolvimento da sociedade e o financiamento do Estado. Mas se a progressividade tributária é um conceito que suscita tanta simpatia, por que observamos tanta dificuldade em avançar nessa agenda? As críticas à progressividade tributária aparecem de forma disfarçada ou indireta e refletem argumentos importantes que merecem reflexão e aprofundamento e que, ao mesmo tempo, envolvem narrativas que tentam preservar interesses, posições econômicas e o ‘status quo’ de grupos privilegiados.

“O primeiro argumento contrário à progressividade tributária envolve a ideia de meritocracia. Se a riqueza que as pessoas acumulam é fruto do seu próprio mérito, será que seria justo tributá-las mais? Este argumento vai na direção oposta de justiça embutida em um sistema tributário progressivo. Segundo a meritocracia, também há justiça em sistemas tributários menos progressivos e, de fato, sociedades que acreditam no paradigma meritocrático não enxergam tanto valor nesse tipo de sistema. Essa é, sobretudo, uma construção política. Mas o argumento da meritocracia parte de uma premissa equivocada de que a riqueza é essencialmente fruto do mérito.

“A progressividade tributária é uma forma não de eliminar a meritocracia, mas de permitir que ela seja efetiva. É uma forma de nivelar o campo de jogo para que a distância entre as pessoas seja menor de modo que o mérito possa ser o principal elemento de distinção entre o sucesso e o fracasso.”

DECISÕES IMPORTANTES

Esta será uma semana de decisões importantes para a economia mundial, que está prestes a entrar no túnel da recessão. Na quarta-feira, 20, o Banco Central Europeu aumentará os juros da economia europeia. Será a primeira vez que isso acontecerá nos últimos 11 anos. 

Os juros na Europa deverão subir 0,25 pontos percentuais, mas há economistas apostando numa alta de maior, de 0,50 pontos percentuais. A inflação nos 27 países que integram a Comunidade Europeia, chamada de Zona do Euro, deverá fechar este ano na absurda taxa de 7,6%. 

Amanhã, terça-feira, será divulgado o índice de preços ao consumidor europeu, ou seja, o índice de inflação do mês de junho, que deverá ficar em 0,8%, uma taxa alta demais para os padrões do Velho Continente de antes da guerra na Ucrânia.

Na quinta-feira, será concluído o serviço de manutenção do gasoduto Nord Stream One, que leva para a Europa o gás fornecido pela Rússia. 

Há uma expectativa de que a Rússia poderá suspender o fornecimento desse gás, o que terá consequências gravíssimas para vários países europeus, como a Alemanha, por exemplo. Essa expectativa é que tem feito o euro se desvalorizar diante do dólar. O euro, que havia 20 anos valia mais do que o dólar, está valendo hoje praticamente a mesma coisa.

Nos EUA, saem hoje os balanços do Banco of América e Goldman Sachs. Os outros grandes bancos americanos publicaram balanços na semana passada com lucros reduzidos em 30%, porque tiveram de fazer reservas para enfrentar a inadimplência dos clientes, que segue crescendo. 

Também nesta semana sairá o balanço das empresas de tecnologia dos EUA, e a Netflix será a primeira da lista. Ela divulgará seus resultados do segundo trimestre, já tendo admitido que perdeu 2 milhões de assinantes. 

Na quarta-feira, sairá o balanço da Tesla, cuja produção de automóveis elétricos foi reduzida por falta de chips produzidos na China, que sofre lockdown em algumas cidades por causa da Covid-19. Mesmo assim, o mercado aposta em que o lucro da Tesla será bom.

E aqui no Brasil, com o Congresso Nacional em recesso, a Vale divulgará amanhã seu balanço do segundo trimestre. A Petrobras divulgará o seu na quarta-feira, havendo muita expectativa sobre qual será seu lucro no segundo trimestre. Deve serlembrado que o lucro do primeiro trimestre foi de inacreditáveis R$ 44,5 bilhões.

Aqui, o dólar começa a semana cotado a R$ 5,40. Porém, na vizinha Argentina, o dólar está hoje cotado a 300 pesos. E a inflação na Argentina já alcança 67%. 

Hoje, ao meio-dia, em Buenos Aires, a nova ministra da Economia, Silvina Batakis, terá reunião com todos os governadores para explicar-lhes os objetivos do pacote econômica baixado na semana passada para conter a crise cambial, a desenfreada inflação e para ajustar as contas públicas, que seguem deficitárias. 

Boa parte dos governadores argentinos está contra as medidas. A crise econômica já virou crise política na Argentina, que terá eleição presidencial no próximo ano.