Projeto do Arco Metropolitano frustra expectativa: terá pista simples

Secretaria de Infraestrutura prepara licitação do empreendimento que será concedido à iniciativa privada. Investimento previsto é de R$ 1,1 bilhão. E mais: Surpresas no mercado e na eleição dos EUA

Legenda: Trecho da CE-155, em duplicação, que será parte do Arco Metropolitao, a rodovia que ligará a Br-116 ao Porto do Pecém
Foto: Enel / Divulgação

Esta coluna perguntou, na semana passada, por onde anda o Arco Metropolitano, a rodovia que ligará a BR-116, em Pacajus, ao Porto do Pecém, numa extensão de pouco mais de 100 Km. 

É uma obra importante do ponto de vista da logística de transporte e da mobilidade urbana, pois afastará do entorno de Fortaleza o tráfego pesado que vai e vem do Porto do Pecém.

Por causa dessa pergunta, a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado transmitiu à coluna uma mensagem que trouxe uma frustração: essa rodovia, em vez de pista dupla, terá pista simples. Isto reduzirá bastante o custo do projeto, que será transferido, por concessão, à iniciativa privada, que a operará.

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Eis a íntegra da mensagem que a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado:

“A Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra) informa que o projeto de implantação do Arco Metropolitano de Fortaleza está sob responsabilidade desta pasta e segue os trâmites necessários para o lançamento da licitação. Na última quinta-feira, 3, mais um passo foi dado, com a aprovação, pela Assembleia Legislativa, da lei que autoriza a concessão do empreendimento. 
“O Arco tem como principal característica a contratação de uma concessionária para operação privada da nova rodovia. O projeto prevê estrutura apta a receber o transporte de cargas do Complexo do Pecém, proporcionando economia de tempo, redução de custos operacionais, de acidentes e do tráfego de caminhões pesados na zona urbana de Fortaleza, além de ser também um grande indutor para novos polos industriais e centros de distribuição, ao longo do trecho.

“A contratação se dará na modalidade concorrência pública, com pagamento de outorga, e as receitas da Concessionária serão obtidas, principalmente, da cobrança de pedágios. O projeto prevê desapropriação, implantação das obras, exploração da infraestrutura, operação, manutenção e conservação do equipamento, com prazo de 30 anos, sendo 2 anos de implantação e 28 anos de operação. O valor total do contrato será da ordem de R$ 1,1 bilhão, para o período de 30 anos.

“A rodovia Arco Metropolitano de Fortaleza será um novo segmento rodoviário que contará com 108 quilômetros de extensão. O trajeto iniciará na BR-116, entre as cidades de Chorozinho e Pacajus, e fará interligação com a CE-253, CE-060, CE-065, CE-455, BR-020, BR-222, até chegar a CE-155, que dá acesso ao Porto do Pecém.

“O trecho a ser implantado será entre a BR-116 e a BR-222 e contará com pista simples. O restante do percurso seguirá pela já existente CE-155, que está em duplicação.”

SURPRESAS NO MERCADO E NA ELEIÇÃO DOS EUA

E a Bolsa de Valores brasileira, a B3, fechou ontem alta de 0,71%, aos 116.160 pontos. O dólar caiu 0,56%, fechando o dia cotado a R$ 5,14. 

A B3 acompanhou as bolsas norte-americanas, que fecharam em alta de até1,02%, como o caso da Nasdaq, de olho nas eleições legislativas de ontem nos EUA, que apontavam uma provável vitória do Partido Republicano na Câmara e no Senado. Fazia: sentido: o mercado financeiro norte-americano tem mais simpatia com os republicanos, que são contra aumento de impostos e aumento de gastos públicos.

No Brasil, o pregão da bolsa B3 ia muito bem, subindo quase 1,5%, quando, no meio da tarde, surgiu a notícia de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega fora anunciado como integrante da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Aí o pregão entrou em baixa. 

O vice-presidente Geraldo Alckmin deu entrevista, dizendo que os nomes que integram a equipe de transição não deverão, necessariamente, compor a equipe de governo de Lula. Essa entrevista acalmou o mercado, e aí o pregão reagiu e a B3 fechou positivamente.

A equipe econômica para esta fase de transição do governo eleito terá nomes de peso, como André Lara Resende e Pérsio Arida, dois dos pais do Plano Real, e Nelson Barbosa, ex-ministro de Planejamento, e Guilherme Mello, um jovem economista do PT.

E ontem saiu o balanço do Bradesco, segundo maior banco privado do país. No terceiro trimestre deste ano – julho-agosto-setembro, ele registrou um lucro de R$ 5,2 bilhões, redução de 33,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. O mercado esperava um lucro de R$ 6,7 bilhões. 

Dois motivos para a redução do lucro do Bradesco foram apontados por analistas do mercado: o cenário de juros altos e o aumento da Provisão para Devedores Duvidosos, tendo em vista o aumento do índice de inadimplência, como apontou o Infomoney, um site especializado em economia.

Outro balanço do terceiro trimestre divulgado ontem foi o da maior agência de viagens do país, a CVC, que registrou prejuízo de R$ 75 milhões. 

E nos Estados Unidos, estão surpreendendo as eleições de meio de mandato, que ontem se realizaram. 

A apuração prossegue e, neste momento, os republicanos de Donald Trump confirmam as previsões, vencendo a disputa para a Câmara dos Deputados, mas vão perdendo a corrida pelo Senado, com diferença de apenas uma cadeira. 

Na Câmara, o Partido Democrata já elegeu 167 deputados; o Partido Republicano já elegeu 194. 

No Senado, o placar mostra 48 cadeiras para os democratas, contra 47 para os republicanos. 

O partido que conquistar 51 cadeiras terá o controle do Senado, a principal casa legislativa norte-americana. Hoje, o Senado dos EUA é formado por 50 democratas e 50 republicanos. Quem preside a casa é o vice-presidente da República, como determina a Constituição do país. Por isto mesmo, a vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, preside o Senado, que está dividido ao meio, pelo menos até este momento da apuração. 

Antes da eleição de ontem, havia a previsão dos institutos de pesquisas que apontavam uma vitória dos republicanos, que elegeriam 53 senadores. O que está acontecendo é o contrário: os democratas estão liderando essa acirrada disputa, o que mostra que as pesquisas estavam, digamos assim, equivocadas, como aqui no Brasil.

Três fatos interessantes dessas eleições norte-americanas: o democrata Maxwel Alejandro Frost, de apenas 25 anos, foi eleito senador. Ele é de Orlando, onde estão os parques da Disney. Será o mais jovem senador da história dos EUA e o primeiro afro-cubano a chegar lá. 

A nova governadora do importante estado de Massachussets, onde estão as universidades de Harvard e MIT, é a também democrata Maura Healy, de 51 anos, declaradamente homossexual. Será a primeira mulher a ocupar o governo de Massachussets.

E Markwayne Mullin, de 44 anos, do partido Republicano de Oklahoma, que é índio da tribo cherokee, foi eleito senador e chegará ao Capitólio como representante do seu povo, que desde 1925 não conseguia eleger um senador.