Prever a economia brasileira em 2023 e 2024 é atirar no escuro

Mas é possível apostar no aumento da inflação já em janeiro e, também, da dívida pública.

Legenda: Os preços dos combustíveis já estão em aclive. E a inflação subirá logo em janeiro do ano novo
Foto: Fabiane de Paula / Diário do Nordeste

E ontem, no seu último pregão deste ano de 2022, a Bolsa de Valores B3 fechou em queda de 0,46%, aos 109.734 pontos. 

O dólar, por sua vez, valorizou-se frente o Real, fechando o dia cotado a R$ 5,27, um pouco acima do que estimou, na segunda-feira, o Boletim Focus, do Banco Central, cuja previsão era de R$ 2,25.

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Influenciou no pregão de ontem da B3 a declaração do futuro ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para quem a política de preços, sustentada na paridade internacional e praticada pela Petrobras vai mudar, pois ela tem de ser vista com os olhos do novo governo. 

Essa declaração teve repercussão negativa no mercado, puxando para baixo não só as ações da Petrobras como o próprio Índice Ibovespa, que mede o desempenho da Bolsa.

A Bolsa brasileira fechou 2022 com alta de 4,68%.

Os economistas e analistas estão prevendo que, logo no próximo mês de janeiro, a inflação dará um pique para cima, pois, com o fim da isenção do PIS e da Cofins, tributos federais cobrados sobre a venda dos combustíveis, o preço da gasolina e do óleo diesel aumentarão – na verdade, eles já estão em aclive.

Consequência: inflação alta e mais a necessidade do futuro governo de buscar financiamento para cobrir o seu déficit primário, estimado em R$ 220 bilhões no ano de 2023, significarão aumento da dívida pública e do seu serviço. 

A taxa Selic, em vez de descer, poderá subir ao longo do ano novo. 

Mas alguns economistas, inclusive os do Bradesco BBI, apostam que a taxa de juros Selic será reduzida a partir de agosto.
Neste momento, todas as previsões para a economia brasileira em 2023 e 2024 estão fadadas ao erro.