Preços de bares e restaurantes sobem menos que inflação

No acumulado do ano, alimentação no domicílio tem inflação de 5,10%; fora do lar, isto é, no restaurante, ela é de 1,99%.

Legenda: A alimentação acumulada em bares e restaurantes brasileiros é bem menor do que a alimentação fora de casa, informa a Abrasel
Foto: Alex Costa

Segundo os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados ontem, os bares e restaurantes têm segurado os preços ao longo deste ano. Enquanto a inflação da alimentação no domicílio acumula 5,10%, a inflação da alimentação fora do lar registra menos da metade, com 1,99%. 

Apesar da diferença no acumulado, em maio a inflação em bares e restaurantes foi de 0,50%, alinhada com o IPCA de 0,46%.

O cenário atual reflete a resiliência do setor de bares e restaurantes frente às pressões inflacionárias, evidenciando a necessidade de o setor manter os preços acessíveis para os consumidores. Essa estratégia tem sido crucial para preservar a demanda, especialmente em um contexto em que a inflação de alimentos e bebidas registra um acumulado de 4,23% no ano.

Uma pesquisa realizada pela Abrasel, em maio, revelou a dificuldade que os empresários enfrentam para repassar os custos adicionais aos consumidores. Quando questionados sobre a capacidade de reajustar os preços dos cardápios para acompanhar a inflação, 18% dos empresários conseguiram reajustar os preços, porém abaixo da inflação; 34% conseguiram reajustar os preços somente para acompanhar a inflação; 10% conseguiram fazê-lo acima da inflação; e 38% não conseguiram reajustar os preços. Estes números destacam a necessidade de manter os preços acessíveis e a dificuldade de repassar integralmente a inflação.

"Os empresários do setor de bares e restaurantes enfrentam um dos ambientes mais competitivos do mercado. A necessidade de manter os preços acessíveis para atrair clientes se choca com a dificuldade de repassar a inflação, resultando em margens de lucro apertadas e, em muitos casos, operações deficitárias, ainda mais para aqueles que ainda têm dívidas," destaca Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

No entanto, ele ressalta que, para o consumidor, a situação de momento é vantajosa para frequentar um bar ou restaurante: “Em termos relativos, está mais atraente comer fora de casa, uma vez que a inflação nos bares e restaurantes se mantém abaixo dos índices de alimentação no domicílio neste ano”, completa Solmucci.

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