Plantas ornamentais: burocracia atrasa exportações cearenses

Marcos Castro, sócio e diretor da NaturAyo, maior exportadora do Brasil, protesta: domingo, 6, um contêiner, cheio de mandacarus sem espinho, não foi embarcado

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 11:32)
Legenda: à direita da foto, um exemplar do cactus sem espinho, uma das plantas ornamentais mais exportadas pelo Ceará
Foto: Digulgação
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Maior exportadora brasileira de plantas ornamentais, a cearense NaturAyo, do empresário Marcos Castro, está sendo vítima do excesso de burocracia do serviço público brasileiro.  

No último domingo, 6, a empresa deixou de exportar um contêiner de 20 pés cheio de belos cactus sem espinho, mas isto foi só mais um obstáculo que a empresa vem enfrentando nos últimos meses. 

Marcos Castro reclama da morosidade do Ibama e, também, do excesso de detalhes da Receita Federal.  

“Um dos nossos contêineres passou uma semana para ser embarcado; outro passou duas semanas e o terceiro não foi embarcado, ficou no chão por culpa da burocracia. Para quem quer empreender, chega a ser desanimador”, reclamou ele.  

Castro disse à coluna que os floricultores cearenses estão consolidando sua vocação exportadora, mesmo enfrentando a concorrência da China, da Tailândia e das Filipinas. 

“Os chineses, que não têm Ibama, estão ampliando sua produção e suas exportações. Eles plantam, colhem, fiscalizam e exportam na velocidade do raio. Aqui, o empresário tem de enfrentar cada vez mais difíceis obstáculos. Estamos sofrendo horrores. E o que mais nos atrapalha, o que mais nos deixa irritados é a falta de regras claras. Uma hora é assim, outra hora é assado”, lamentou ele, que expôs seu drama, também, para um grupo de 20 empresários do agro cearense com os quais se reuniu ontem. 

Ele disse que sua empresa quer adequar-se às regras da fiscalização do Ibama e faz tudo neste sentido, “mas as regras mudam sem qualquer aviso prévio”.  

Marcos Castro pedirá ajuda à Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), cujo presidente, Amílcar Silveira, já está informado a respeito. 

As plantas ornamentais são um setor do agro que vem crescendo muito no Ceará e a prova disto é que aumentou o número de empresários envolvidos no negócio.  

Gilson Gondim, presidente da Câmara Setorial da Floricultura, presente à reunião de ontem, confirmou as reclamações do sócio e diretor da NaturAyo, que “são semelhantes às de outros exportadores cearenses de flores e plantas ornamentais”. 

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