PIB do 1º Trimestre vem hoje com agro na liderança, de novo

Nos EUA, Câmara dos Representantes aprovou acordo da dívida, que será aprovado pelo Senado nas próximas 48 horas. As bolsas do mundo sobem. No Brasil, deputados trocam voto por verba

Legenda: O agronegócio vem puxando o PIB do primeiro trimestres deste 2023, que será divulgado nesta quinta-feira, 01/06
Foto: Shutterstock

Será divulgado na manhã desta quinta-feira, dia primeiro de junho, o PIB do primeiro trimestre deste ano, e todas as previsões dos economistas apontam para um crescimento acima de 1% na comparação com o trimestre anterior e de até 3% se comparado ao primeiro trimestre do ano passado. 

Também preveem os economistas dos principais bancos que, mais uma vez, o setor da agropecuária puxará o PIB brasileiro. Eles estimam que 2023 fechará com um PIB de 1,4%. Se não fosse o agronegócio, o PIB do trimestre ficaria em 0,5%, como dizem economistas da XP Investimentos citados pelo Infomoney, um site especializado em economia.

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O PIB da agropecuária, só ele, deverá apontar um crescimento superior a 10% no primeiro trimestre deste ano. Os setores do comércio e dos serviços, por sua vez, deverão vir, também, com alta no PIB do primeiro trimestre.

Mas os mesmos economistas advertem que a atividade econômica dos próximos trimestres, principalmente as do setor industrial, será raquítica, tendo em vista a inadimplência das famílias, a redução do consumo e os juros altos. 

Um indicador dessa tendência é o nível do desemprego, que ficou estável em 8,5% no trimestre encerrado em abril. No trimestre anterior, encerrado em janeiro, a taxa de desemprego foi de 8,8%.

Analistas do mercado estão otimistas, apontando como boas as perspectivas de crescimento mais forte da economia da China ao longo do ano, o que incrementará as exportações de commodities brasileiras para o mercado chinês, principalmente de soja.

Mas há também perspectivas negativas, como a possibilidade de desaceleração da economia dos Estados Unidos e da Europa, onde já se anotam sinais de recessão no próximo ano. 

Neste momento, porém, a economia norte-americana segue aquecida, e prova disto são os dados do desemprego, que seguem muito baixos, e os da inflação, que se mantém renitente, obrigando o Federal Reserve, o Banco Central de lá, a provavelmente subir de novo os juros em 0,25%. 

O FED voltará a reunir-se nos dias 20 e 21 deste mês, exatamente nos mesmos dias em que se reunirá, também, o Comitê de Política Monetária, o Copom do Banco Central do Brasil. 

Uma boa notícia chegou de Washington na noite de ontem: a Câmara dos Representantes aprovou o acordo celebrado pelo presidente democrata Joe Biden com o líder dos republicanos Kevin McCharty, aumentando o teto da dívida dos Estados Unidos, que hoje é de US$ 31,5 trilhões. Agora, o acordo será apreciado pelo Senado, que deverá aprová-lo nas próximas 48 horas. 

Por causa disto, as bolsas da Ásia fecharam esta quinta-feira em alta. As da Europa abriram os negócios hoje também em alta. Refletindo a boa notícia procedente dos EUA.

Por sua vez, a Bolsa brasileira B3 fechou em queda de 0,58%, aos 108.335 pontos. O dólar subiu bem e fechou o dia cotado a R$ 5,07, com alta de 0,50%.

Aqui no Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória que alterou a estrutura dos ministérios. Foram 337 votos a favor, que custaram FR$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, dinheiro liberado por ordem do presidente Lula exatamente para garantir a aprovação da proposta. Agora, essa PEC será apreciada pelo Senado, que tem até a meia noite de hoje para aprova-la, sob pena de ela caducar, ou seja, perder sua validade.

Resumo da ópera: os deputados federais continuam fazendo o que sempre fizeram – a trocando voto por verba.