A Bolsa de Valores brasileira B3 fechou seu pregão de ontem em queda de 1,02%, aos 109.068 pontos. O dólar fechou o dia negociado a R$ 5,20, com um recuo de 1,21%.
O que ajudou a derrubar a bolsa, ontem, foi a notícia de nova queda do preço internacional do petróleo, que caiu 2,20%, com o que o preço do barril do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres e importado pela Petrobras, desceu a US$ 77,53, o mais baixo índice dos últimos três meses.
Também caíram os preços internacionais do minério de ferro, levando para baixo a cotação das ações da Vale, que recuaram 3,56%, e da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, cujos papéis perderam 2,81%.
Os analistas entendem que há um temor de que a economia dos Estados Unidos entre em recessão. Ela está dando sinais de desaceleração, o que leva o medo aos mercados financeiros mundiais. Ontem, esse temor foi observado nas principais bolsas do Oriente e do Ocidente.
Como a guerra na Ucrânia tende a continuar por mais tempo ainda e como cresce a possibilidade de recessão nos EUA, o preço do petróleo poderá cair ainda mais, afetando as ações da Petrobras. Se o preço do petróleo continuar caindo, a estatal brasileira terá de reduzir o preço dos seus combustíveis no mercado interno.
Como preço do petróleo caiu, as ações das companhias aéreas subiram. Os papeis da Azul valorizaram-se 3,86% e as da Gol, 2,54%.
E ontem aconteceu a última reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que decidiu, como se esperava, pela manutenção da taxa básica de juros Selic nos atuais 13,75%. Mas, no comunicado divulgado ao final da reunião, o Copom deixa nas entrelinhas a advertência de que segue atento às incertezas da política fiscal do futuro governo.
E por falar em política fiscal, ontem o Senado aprovou, em primeiro turno, a chamada Pec da Transição, que tira do teto de gastos R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família, cujo valor mensal será de R$ 600, além de R$ 150,00 que receberá cada família com crianças de até seis anos de idade. O dinheiro sobrará, também, para investimentos.
A PEC terá validade de dois anos, metade do que pretendia a equipe de transição do presidente eleito Lula.
A votação no Senado mostrou a força do próximo governo: foram 64 votos a favor e só 16 contra. Eram necessários 49 votos.
A PEC já foi encaminhada à apreciação da Câmara dos Deputados, onde terá de ser aprovada, também, em dois turnos de votação.