O grande destaque dos fatos econômicos de ontem foi a entrevista coletiva que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, concedeu aos jornalistas depois das 18 horas, ou seja, após o fechamento do pregão da Bolsa de Valores.
O que ela disse deve ter sido recebido como música nos ouvidos dos investidores e operadores do mercado de capitais. É possível que, no pregão de hoje da Bolsa de Valores brasileira B3, as ações da Petrobras, que caíram bastante nos últimos dias, experimentem uma valorização.
Magda Cahmbriard disse não ter dúvida de que a Petrobrás dará muito lucro e distribuirá muitos dividendos. Mas ela não aprofundou o tema, apesar da insistência dos repórteres. Deve ser lembrado que foi por causa de dividendos que aconteceu a demissão do ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Sobre o assunto, ele disse, apenas, que serão prioridades os interesses dos acionistas minoritários e majoritários. E o acionista majoritário, o controlador, é o próprio governo da União. Ela prometeu:
“Vamos colocar a Petrobras à serviço do interesse de seus acionistas, dentro de uma lógica empresarial”. E acrescentou: “Se tem lucro, tem dividendo. E nós queremos lucro e dividendo”.
Chambriard foi perguntada sobre qual a influência que o presidente Lula exercerá sobre a nova direção da Petrobras. E ela foi econômica e direta na resposta, dizendo que a empresa é administrada por uma diretoria colegiada, que se submete a um Conselho de Administração.
Sobre a política de preços da Petrobras, Magda Chambriard disse que ela continuará sendo “abrasileirada”, ou seja, olhará primeiro para o mercado interno e, depois, para os preços internacionais, ou seja, seguindo o que Jean Paul Prates implantou nessa área.
A presidente da Petrobras reafirmou que pretende avançar sobre as novas fronteiras petrolíferas, como a da Faixa Equatorial, que se estende desde Roraima até o Rio Grande do Norte. Ela disse que a empresa precisa de aumentar sua produção para repor as reservas de petróleo do país.
É neste ponto que ela terá de duelar com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é contra a exploração de novos campos de petróleo, uma vez que o objetivo da política ambientalista brasileira está em linhas com a dos grandes países, que desejam acelerar a transição energética, trocando os combustíveis fósseis pelas energias renováveis.
A nova presidente da Petrobras disse:
“Sou uma pessoa que busca fazer as coisas, mas fazer as coisas com tempestividade. O sistema petrolífero tem uma variável que é o tempo, as coisas têm que ser tempestivas”, disse Magda, ao pregar respeito à lógica empresarial.
Agora, é aguardar a abertura, às 10 horas, do pregão da Bolsa de Valores para ver como reagirá o investidor diante das primeiras palavras da nova presidente da Petrobras.