Otimismo com economia brasileira. França veta acordo com Mercosul

Estudo do Bank of America apura que Bolsa B3 chegará aos 120 mil pontos até o fim do ano. O Parlamento francês rejeita acordo União Europeia-Mercosul. Houve fraude na Americanas

Legenda: Assembleia Nacional Francesa (foto) recusa acordo com o Mercosul
Foto: Reprodução/Facebook

Uma pesquisa realizada pelo Bank of America, o Bofa, junto a 33 gestores de fundos de investimento latino-americanos que administram US$ 33 bilhões de terceiros, apurou que a Bolsa de Valores brasileira B3 poderá alcançar os 120 mil pontos até o fim deste ano.

Por enquanto, e desde o ano passado, a B3 opera entre os 110 mil e 116 mil pontos. 

De acordo com o estudo do Bofa, o otimismo desses gestores é motivado pelas indicações de queda da inflação e, também, pela expectativa de redução da taxa de juros Selic a partir do próximo mês de agosto.

O estudo também apontou que cresceu o número de gestores de fundos que acreditam num crescimento do PIB de até 2% neste exercício, e alguns deles falam num incremento superior a 2%.

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Ontem, a Assembleia Nacional da França vetou, por larga maioria, o acordo comercial celebrado pela União Europeia com o Mercosul. Os parlamentares franceses, pressionados pelas lideranças do agronegócio de lá, vetaram o acordo sob vários argumentos, os mais badalados dos quais apontam o desmatamento da Amazônia e o uso, pela agricultura brasileira, de defensivos químicos proibidos na França. 

Esses argumentos não se sustentam. O que há, na verdade, é o medo que a França tem da concorrência do agro brasileiro, cuja produtividade é bem maior do que a do agro francês. Esse mesmo argumento é utilizado por outros países europeus e até pelos Estados Unidos, cuja agricultura perde terreno para a agricultura brasileira. 

O Brasil, líder mundial na produção e exportação de soja, será também, dentro de três anos, líder do mundo na produção e na exportação de milho e algodão. A produtividade do agro brasileiro é alta pelo uso da melhor tecnologia para a produção, desde o tratamento do solo até a utilização correta dos defensivos agrícolas.

Os produtos da agricultura brasileira abastecem hoje o mercado interno e, também, o externo: 1 bilhão de pessoas no mundo todo, inclusive na China, consomem os produtos do agro do Brasil. Este é o xis da questão. 

É por esta razão, por exemplo, que várias ONGs ambientalistas, financiadas por organizações internacionais, trabalham contra a construção do último trecho da Ferrogrão, a ferrovia que ligará as áreas de produção agrícola do Centro-Oeste aos portos fluviais do Pará, reduzindo o custo de exportação da soja, do milho e do algodão brasileiros produzidos no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Trata-se, pois, de uma autêntica guerra econômica. 

O presidente Lula viajará a Paris nos próximos dias. O Parlamento francês já preparou sua recepção ao Chefe do Governo brasileiro, de cuja agenda consta a discussão, com o presidente francês Emmanuel Macron, do acordo União Europeia-Mercosul. 

Ontem, a Bolsa de Valores B3, pela primeira vez neste mês de junho, fechou em queda de 0,51%, aos 116.742 pontos. E o dólar caiu outra vez, encerrando o dia cotado a R$ 4,86.

Segundo os operadores do mercado financeiro, a B3 recuou ontem porque os investidores realizaram lucros, ou seja, venderam na alta as ações que haviam comprado na baixa. É assim que funciona. Nos mercados do mundo, as bolsas fecharam em alta na terça-feira.

Hoje, 14, por volta das 15 horas, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, decidirá se mantém inalteradas ou se sobe as taxas de juros da economia norte-americana. A aposta dos economistas é de que o FED manterá os juros no patamar atual, ou seja, oscilando entre 5% e 5,25%. Qualquer decisão repercutirá nos mercados internacionais, inclusive no Brasil.

Ontem, na CPI da Câmara dos Deputados que apura o escândalo da rede de lojas Americanas, a empresa comunicou, com a maior naturalidade, que suas demonstrações financeiras eram fraudadas pela sua antiga diretoria. Não foi uma fraude qualquer, mas uma fraude que gerou um rombo de R$ 22 bilhões.

Esse rombo foi originado e perdurou por vários anos graças a contratos de propaganda e a incentivos comerciais que inflavam os resultados da Americanas. O antigo CEO da empresa, Miguel Gutierrez, e todos os seus colegas de diretoria são acusados de responsáveis pela fraude.

É preciso lembrar que os acionistas majoritários da Americanas são os megaempresários Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que agora tentam reparar os prejuízos que a fraude causou a centenas de pequenos donos de ações da empresa.