Iniciativas e empreendimentos cujo objetivo é gerar impacto social e ambiental e, também, retorno financeiro positivo, tudo de uma forma sustentável. Eis uma das boas definições do que são os chamados “negócios de impacto”, uma vertente inovadora do capitalismo que surgiu da mente de empreendedores, digamos assim, modernos, dedicados a uma tarefa desafiadora: reduzir a pobreza no mundo, algo que se tem tornado cada vez mais difícil por causa de vários grandes obstáculos, incluindo os mais recentes – as guerras.
Mas quem a esses negócios está hoje dedicado – e no Ceará cresce o número de jovens empresários empenhados em fazer prosperar a ideia, que já se demonstrou viável – sente o impulso de enfrentar e superar as dificuldades a cada ocasião em que elas surgem.
Este nariz de cera é para alicerçar a notícia de que, iniciado na quinta-feira à noite e sequenciado durante todo o dia de ontem, será encerrado hoje, no Beach Park, o Conexão ODS – evento promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil e pela Somos Um, uma articuladora de negócios de impacto com sede em Fortaleza.
O Conexão ODS está tornando visível os diálogos relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, que envolvem as questões sociais, ambientais e de governança nas empresas. O encontro, do qual só participam convidados, está a debater sobre como avançar em impacto social.
O mundo e sua economia mudaram, e em alguns setores, como o da tecnologia, essas mudanças aconteceram em muito pouco tempo.
Mudou tudo – a comunicação interpessoal, facilitada pelo uso da internet e de todo o aparato de equipamentos que encurtam as distâncias e aproximam, ao vivo e em cores, as pessoas onde quer que elas estejam.
O robô vem substituindo a força do homem trabalhador, abrindo vaga para o desemprego. Resultado: ampliaram-se as desigualdades sociais e reduziu-se o número dos que, sendo muito ricos, passaram a concentrar a renda no planeta. Como mudar isto?
Nasceu e avança o negócio de impacto social e ambiental, emergindo dele, em várias partes do mundo, um time de homens e mulheres capitalistas que logo entenderam que o capital tem um compromisso social vinculado a outro: o compromisso com a sustentabilidade do planeta, ameaçado pela antropização. A ideia prosperou e chegou ao Ceará, onde se alarga na velocidade do frevo.
Liderada pela empresária Ticiana Rolim Queiroz, o Somos Um é o exemplo pronto e acabado do que significam os negócios de impacto. Sua criação foi inspirada no que disse Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz, que veio a Fortaleza para participar do Conexão ODS. Ele disse:
“Sonho com o dia em que será preciso ir a um museu para saber como era viver na pobreza”.
O objetivo do Somos Um é reduzir desigualdades e gerar oportunidade por meio dos negócios de impacto, com o que pretende alcançar uma nova economia, mais justa e equilibrada, com pessoas conscientes, atuando em rede. Esta é a teoria, que se confirma na prática de suas ações, que já tem um amplo portfólio de iniciativas.
Por exemplo: o Bom Viver é um negócio que tem a missão de ampliar o acesso às melhorias habitacionais para famílias periféricas, promovendo reformas a preços populares, financiadas por linhas de créditos acessíveis; o Faz Carreira é outro negócio que tem como finalidade impactar positivamente a vida de jovens de 16 a 29 anos que queiram ingressar ou se recolocarem no mercado de trabalho, oferecendo um curso que aprimora as habilidades sociocomportamentais.
Tem mais! Catarina Mina é marca de moda que acredita na moda focada em quem produz, e que concentra seus esforços em questionar, repensar, refletir e tomar decisões levando em consideração um coletivo. Uma moda que se sustenta em um futuro de colaboração muito mais que de disputa.
E mais! A Oikos Reformas é um negócio de impacto social no setor de habitação popular, que nasceu para melhorar a vida das pessoas por meio da reforma de casas.
Estes são alguns dos negócios de impacto que o Somos Um financia e incentiva no Ceará, para o que dispõe de um volume de recursos aportados por empresários e empresárias também comprometidos com a nova e moderna vertente do capitalismo.
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