Terça-feira, 7, em Santa Quitéria, houve a primeira de três audiências públicas destinadas a ouvir a opinião das comunidades do entorno da mina de uranio fosfatado de Itataia sobre sua exploração empresarial, que deverá começar tão logo seja emitida a Licença Ambiental.
E o que aconteceu na audiência deixou preocupados os empresários que a ela compareceram, entre eles o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Amilcar Silveira, na opinião de quem "a politização das audiências não é um bom sinal".
Silveira representou a Faec na reunião e disse que a agricultura e os produtores rurais precisam do fosfato de Itataia para a produção de fertlizantes, lamentando a posição dos que "são contra apenas por ideologia".
A presença ostensiva de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), agitando suas bandeiras vermelhas, chamou a atenção do auditório. Os militantes do MST chegaram a vaiar o presidente da Faec durante a sua fala, obrigando o coordenador da mesa diretora dos trabalhos a interferir, exigindo silêncio para que o orador pudesse ser ouvido.
A rigor, não houve qualquer surpresa: de um lado, estavam os que apoiam o projeto de exploração mineral e industrial da jazida de Itataia, por meio da qual será possível produzir o fosfato necessário à fabricação de fertilizantes para a agricultura brasileira; do outro lado, estavam os militantes do MST, mobilizados contra o projeto, que, segundo eles, colocará em risco a integridade do meio ambiente daquela região do Sertão Central cearense.
A radicalidade dos manifestantes assustou os agropecuaristas presentes à audiência, que temeram pelo agravamento da situação, muito bem contornada pelo coordenador da reunião.
O que acontecerá na próxima audiência? foi a pergunta de um dos empresários, que se mostram agora dispostos a lutar para que a mina de Itataia possa oferecer, com sua exploração, o fosfato que garantirá o funcionamento de uma fábrica de fertilizantes a ser instalada nas proximidades da mina.
O Brasil importa 90% do fertilizante que sua agricultura utiliza para ser, como é hoje, a maior e mais moderna do mundo. Por causa da guerra na Ucrânia, invadida e atacada pela Rússia, num conflito que envolve os dois maiores produtores mundiais de fertilizantes, o Brasil tenta correr em velocidade supersônica no sentido de fabricar, ele mesmo, esse insumo, essencial para a produção de alimentos agrícolas.
Na região Norte do país, principalmente no Pará, há jazidas de fosfato e de outros minerais necessários à produção de fertilizantes, o que tornará o Brasil autossuficiente. Mas uma parte dessas jazidas localiza-se em áreas indígenas. Por esta razão, os grupos ambientalistas, todos ideologicamente de esquerda e de tendência socialista e próximos do PT, já se levantaram contra a exploração das jazidas.
No Ceará, a exploração da mina de Itataia está também no foco dos movimentos ambientalistas, que incluem grupos de etnia indígena, e por esta razão há a previsão de que o antagonismo escalará nas próximas duas audiências públicas.
Como este é um ano de eleições, temas como o de Itataia levantam paixões.
COOPERCON, 25 ANOS DE SUCESSO
Quando o mês de outubro chegar, a Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon) celebrará 25 anos de exitosa atividade. A data será festejada com pompa e circunstância.
Para tratar dela, os diretores da Coopercon-Ceará, presididos por Sérgio Macedo, reuniram-se nesta semana para planejar o evento comemorativo, que terá homenagens aos que marcaram a vida da entidade ao longo destes cinco lustros.