Milho: a Nova Agro bate recorde na Chapada do Apodi

A empresa do agroindustrial Raimundo Delfino, usando semente selecionada e alta tecnologia para a correção do solo e a micro irrigação, alcançou uma produtividade de 50 toneladas de milho para silagem por hectare. A média nordestina é de 35 toneladas/hectare

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(Atualizado às 10:30)
Legenda: Foto de um trecho da área da Nova Agro cultivada com milho na Chapada do Apodi, no Leste do Ceará
Foto: Divulgação

Uma boa notícia para começar com o pé direito este curto mês de fevereiro: o agroindustrial cearense Raimundo Delfino acaba de bater um recorde em sua fazenda Nova Agro, na geografia de Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi, no Leste do Ceará. Ele acaba de colher uma supersafra de milho para silagem, alcançando uma produtividade de 50 toneladas por hectare. Até agora, a média nordestina era de 35 toneladas por hectare. 

Como isto foi possível? – quis saber a coluna. Delfino respondeu com uma frase curtíssima: “Pelo uso de boa semente e da melhor tecnologia disponível para o tratamento do solo e para a irrigação”. 

Mas a novidade vem agora: todo esse milho, já ensilado, será consumido pelos pecuaristas que produzem e fornecem leite para a Alvoar, empresa que nasceu da fusão da mineira Embaré com a cearense Betânia Lácteos. 

(Denomina-se milho para silagem aquele que é colhido de uma só vez, ou seja, juntando as espigas, o sabugo, o caule da planta e suas folhagens, e isto tudo é ensilado. A colheita é feita de forma mecanizada, o que reduz a quase zero as perdas).

A Nova Agro, que também planta e colhe algodão e soja na Chapada do Apodi, cultivou milho em uma área de 200 hectares, usando irrigação por gotejamento, ou seja, com o mínimo de consumo de água do subsolo. 

Na próxima safra – que será plantada entre 15 de junho e 15 de julho deste ano – a Nova Agro já decidiu dobrar a área cultivada, que será de 400 hectares, para o que a empresa de Raimundo Delfino celebrou parceria com a direção da Alvoar, que assim garantirá o alimento do rebanho bovino dos produtores que lhe fornecem leite. Eis um círculo virtuoso em que todos saem ganhando, inclusive o consumidor.

Um especialista em agropecuárias explicou à coluna que essa salutar parceria beneficia, principalmente, a Nova Agro, que agora está a produzir durante o ano todo. Por exemplo: na mesma área em que acaba de colher milho de ensilagem com altíssimo índice de produtividade, a empresa planta algodão e soja, que têm ciclos diferentes. Assim, nos 200 hectares em que  plantou e colheu milho, ela começará na próxima semana o plantio de algodão, cujo ciclo se estenderá até a metade do próximo mês de junho.

David Girão, sócio e diretor da Alvoar, está feliz com os bons e surpreendentes resultados da parceria com a Nova Agro. Ele estima que, para atravessar este ano de chuvas abaixo da média histórica, as mais de 300 fazendas que fornecem leite à sua empresa terão à sua disposição um estoque de 30 mil toneladas de forragens ensiladas de sorgo, milho, soja e palma.

Essas fazendas localizam-se, em sua maioria, na região do Baixo Jaguaribe e no Sertão Central, “mas alcançam outras áreas do Ceará, como Palmácia, no Maciço de Baturité”, revela David Girão, na opinião de quem a decisão de Raimundo Delfina de investir na produção de milho de forragem “é um marco para a pecuária cearense”. 

David Girão informa que a Alvoar beneficia, diariamente, 3 milhões de litros de leite, do quais 600 mil são beneficiados na sua grande e moderna unidade industrial de Morada Nova, que produz, também, leite condensado, leite em pó, achocolatados, queijos e iorgute de vários sabores. Mais de 3.500 produtores, só na região Nordeste, fornecem leite à Alvoar, que tem fábricas também em Pernambuco, Sergipe e Bahia.

Segundo o agrônomo Zuza de Oliveira, um dos mais requisitados consultores em agropecuária no Ceará, “é inestimável a colaboração que a Nova Agro está prestando à pecuária cearense” neste momento de grave expectativa sobre a estação de chuvas deste ano. 

Na sua opinião, a empresa de Raimundo Delfino tem todas as condições de assegurar, daqui para a frente, o alimento dos rebanhos bovinos leiteiros do Ceará e de uma parte do Nordeste. 

Zuza tem razão: a Nova Agro é dona de mais de 10 mil hectares na Chapada do Apodi.

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