Transição energética no mundo consumiu US$ 1,7 trilhão em 2023
É um novo nível recorde de investimento anual e demonstra a resiliência da transição para energias limpas num ano de turbulência geopolítica, taxas de juro elevadas e inflação de custos, informa a BloombergNEF, uma fornecedora de pesquisas.
O investimento global na transição energética de baixo carbono aumentou 17% em 2023, alcançando US$ 1,77 trilhão, de acordo com o Energy Transition Investment Trends 2024, um relatório publicado ontem, quarta-feira, 31, pela fornecedora de pesquisas BloombergNEF (BNEF). Este número representa um novo nível recorde de investimento anual e demonstra a resiliência da transição para energias limpas num ano de turbulência geopolítica, taxas de juro elevadas e inflação de custos.
O relatório concluiu que os transportes elétricos são agora o maior setor de gastos na transição energética, com incremento de 36% em 2023, para US$ 634 bilhões. Este valor inclui gastos com carros elétricos, ônibus, veículos de duas e três rodas e veículos comerciais, bem como a infraestrutura associada.
Os transportes elétricos ultrapassaram o setor de energias renováveis, que registou um aumento de 8%, para US$ 623 bilhões. Este valor reflete o investimento na construção de instalações de produção de energia renovável, como centrais eólicas, solares e geotérmicas, e centrais de produção de biocombustíveis – entre outras coisas.
O investimento na rede elétrica foi o terceiro maior contribuinte, com US$ 310 bilhões. As redes são um facilitador fundamental para a transição energética e o investimento nelas terá de aumentar nos próximos anos.
“O ano passado trouxe novos recordes para o investimento global em energias renováveis. O forte crescimento dos EUA e da Europa impulsionou a ascensão global, mesmo quando a China, o maior mercado mundial de energias renováveis, fraquejou, registrou uma queda de 11%. Apesar de um ano de notícias difíceis, uma quantidade recorde de capacidade eólica offshore também alcançou o fechamento financeiro”, disse Meredith Annex, Head de energia limpa da BNEF e coautora do relatório.
Houve também um forte crescimento em áreas emergentes como o hidrogênio (com o investimento triplicando ano após ano), captura e armazenamento de carbono (quase duplicando) e armazenamento de energia (até 76%).
De longe, o maior país para investimento foi a China, com US$ 676 bilhões investidos em 2023 – o equivalente a 38% do total global. Embora a China continue dominante, sua liderança foi reduzida. Em conjunto, a União Europeia, os EUA e o Reino Unido ultrapassaram a China com US$ 718 bilhões em investimentos – um número que não conseguiram alcançar em 2022. O investimento nos EUA aumentou 22% em termos anuais, para US$ 303 bilhões, à medida que os efeitos da Lei de Redução da Inflação começaram a ser sentidos.
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