Bolsa de Valores em queda forte, dólar em alta também forte. Eis a imediata repercussão da decisão adotada ontem pelos nove membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) do Banco Central, que reduziram em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros Selic.
O que desagradou o mercado foi o “racha” no Copom: o placar de 5x4, decidido pelo voto de minerva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, escancarou a divergência que existe entre os cinco diretores do BC nomeados pelo governo anterior de Jair Bolsonaro e os quatro indicados pelo atual governo do presidente Lula.
Para o lado liderado por Campos Neto, o Copom deve ser austero na condução da política monetária, que leva em conta, principalmente, a política fiscal do governo, que segue gastando mais do que arrecada. E por isto mesmo e, também, por causa da recente decisão do FED que manteve inalterados os juros diretores da economia dos EUA, o quinteto nomeado por Bolsonaro votou pela redução da Selic em 0,25 ponto percentual.
Para o quarteto de diretores do Banco Central nomeados pelo presidente Lula, os juros devem continuar caindo meio ponto percentual a cada reunião do Copom. E nessa direção eles votaram ontem, expondo ao mercado as claras divergências que dividem os dois lados.
Ao meio-dia de hoje, a Bolsa de Valores registrava uma forte queda de 1,53%, operando aos 129.468 pontos. O dólar comercial estava sendo negociado a R$ 5,15. Ontem a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,09.
O mandato do atual presidente do BC terminará no dia 31 de dezembro deste ano. Para o seu lugar, está sendo citado como certo o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Lula.