Nesta semana, o mercado financeiro estará de olho no Congresso Nacional, onde, na Câmara dos Deputados, a proposta do arcabouço fiscal voltará a ser debatido depois de ser aprovado pelo Senado Federal, que fez modificações no texto. Nessa mesma casa legislativa, começará o debate sobre a proposta de Reforma Tributária, que, segundo promessa do seu presidente, deputado Artur Lira, deverá ser votada na próxima semana.
Mas, pelo andar da carruagem, são muito difíceis as chances de a Reforma Tributária ser aprovada do jeito que está. Os setores da agropecuária, da saúde, da educação e dos serviços levantaram-se contra o texto do relator, deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba. A Frente Parlamentar do Agronegócio, por exemplo, que tem quase 300 parlamentares, está reclamando do texto da reforma, alegando que ela aumenta bastante os tributos incidentes sobre os produtos agrícolas.
É preciso levar em conta um detalhe importante: o governo tem total interesse na aprovação da Reforma Tributária porque ela aumentará mesmo a sua receita. Para cumprir as metas do arcabouço fiscal, o governo terá de arrecadar a mais um Monte Evereste do tamanho de R$ 150 bilhões. Boa parte desse dinheiro será destinado à manutenção da máquina pública, que cresceu com a criação de novos ministérios e com o aumento de vencimentos de setores do funcionalismo público.
No Senado Federal, na quarta-feira, depois de amanhã, haverá a sabatina dos dois indicados para a diretoria do Banco Central: Gabriel Galípolo, para a Diretoria de Política Monetária, e Ailton Aquino, para a Diretoria de Fiscalização.
Ambos foram indicados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o aval do presidente Lula. Os dois serão votos a favor da redução da taxa de juros Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se realizará na primeira semana de agosto. O Copom tem 9 integrantes.
Hoje, segunda-feira, sairá o resultado da balança comercial do recente mês de junho. O mercado está esperando um superávit de UDS$ 9,3 bilhões. Se esta previsão for confirmada, o superávit da balança comercial, ou seja, o resultado das exportações menos importações, alcançará, nos últimos 12 meses, a montanha de US$ 71,9 bilhões.
Enquanto isso, o brasileiro segue lamentando o aumento dos preços da gasolina, que saltaram, em poucas horas da última sexta-feira, de R$ 5,29 para até R$ 6,19. O preço médio da gasolina observado nos postos de serviço é de R$ 5,79. Isto terá repercussão na inflação deste mês de julho.