Cristiano Maia: a carcinicultura é fonte geradora de emprego no Ceará

Ele elogia o governador Elmano de Freitas, que está adotando medidas para desburocratizar o processo de licenciamento ambiental das fazendas cearenses de criação de camarão

Legenda: Cerca de 90% dos criadores cearense de camarão não têm, ainda, licença ambiental
Foto: Ellen Freitas

Cristiano Maia, presidente da Camarão BR, entidade que reúne os maiores carcinicultores do país, acompanhou com atenção a entrevista que a empresária Emília Buarque, presidente do Lide Ceará, concedeu na noite de quarta-feira, 28, ao programa semanal “Conta Certa”, da TV Diário, apresentado por este colunista e pelo jornalista Victor Ximenes. 

Ele dobrou sua atenção ao programa quando a entrevistada passou a falar a respeito dos setores da atividade econômica que, no Ceará, podem gerar emprego intensivo, citando a criação de camarão como um dos mais importantes.

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Em contato com esta coluna, Cristiano Maia – cujo Grupo Samaria tem empresas que atuam, também, na indústria de rações para animais; na construção e manutenção de rodovias; na criação de cavalos de raça de gado leiteiro e de corte – disse que a carcinicultura é, neste momento, e de alguns anos para cá, a área que mais cria empregos não só no Ceará, mas em todos os estados onde ela prospera.

E tudo isso – adiantou ele – “ainda sem um apoio efetivo dos governos federal e estadual, sendo que este começa a tomar medidas para desburocratizar os processos de obtenção da licença ambiental, o que será uma vitória para uma multidão de produtores”.

De acordo com Cristiano Maia, nos últimos cinco anos, alguns milhares de agricultores – aqui, no Rio Grande do Norte e no Piauí – trocaram a enxada e o roçado pela carcinicultura, e o fizeram de uma maneira surpreendente: 

“Aprenderam num piscar de olhos como criar camarão, o que revela a alta capacidade de adaptação que tem o homem do campo nordestino às várias opções de ganhar dinheiro em novos negócios”, disse ele.

Esta coluna tem dito que um dos motivos para o crescimento geométrico da carcinicultura no Ceará, além do mais rápido e melhor retorno do capital investido, é a habilidade do cearense de lidar com as novidades, e a criação de camarão não só o comprovou, como também descobriu a boa saída para quem começava a ter prejuízo na agricultura. 

Com a experiência de quem é o maior criador de camarão do país, Cristiano Maia, um sertanejo que já foi prefeito de Jaguaribara, recusando os apelos de amigos por sua reeleição, e de quem conhece na palma da mão os 184 municípios do estado, usa sua influência empresarial e política junto ao governo para tentar tirar do caminho algumas pedras que ainda retardam o avanço da carcinicultura. 

E o licenciamento ambiental é uma dessas pedras.

Ele transmitiu à coluna uma informação que assusta: 90% dos cearenses que hoje produzem camarão, principalmente nos municípios da região do Jaguaribe, o fazem, ainda, sem a licença ambiental, embora o seu produto tenha qualidade, inclusive do ponto de vista fitossanitário. E isto é por culpa da burocracia excessiva. 

“Felizmente, o governador Elmano de Freitas, que tem própria experiência da atividade agrícola, reconheceu esse gargalo e, na recente Pecnordeste, assinou medida reduzindo as dificuldades que os criadores de camarão enfrentam hoje junto à Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente)”, explicou Cristiano Maia.

Comentando a entrevista de Emília Buarque no “Conta Bem” da TV Diário, ele elogiou o desempenho da presidente do Lide-Ceará, “que se houve com desenvoltura, abordando diferentes temas da economia do Ceará, do Nordeste e do País, apontando saídas para setores que ainda enfrentam algumas dificuldades”.

Cristiano Maia, assim como a maioria dos seus colegas empresários, não esconde sua preocupação com a proposta de Reforma Tributária que está começando a ser debatida na Câmara dos Deputados.

“Meu temor é o mesmo da torcida do Flamengo, ou seja, que essa reforma venha não para reduzir a carga tributária, mas para aumentá-la, principalmente nas cadeias produtivas da agropecuária brasileira. O agronegócio, que carrega a economia brasileira faz algum tempo, garantindo com suas exportações o superávit da balança comercial do país, não pode ser castigado pela Reforma Tributária, como tudo está a indicar”, concluiu ele.