Luiz Roberto Barcelos no comando da Rede Nacional de Irrigantes

A Renai foi criada nesta semana e já conta com 81 grandes entidades da agricultura brasileira. Sócio e diretor da Agrícola Famosa, com fazenda de produção em Icapuí, Barcelos quer inovação

Legenda: A recém criada Rede Nacional de Irrigantes (Renai) quer dinamizar a agricultura irrigação por meio da tecnologia
Foto: Alex Santana / Diário do Nordeste

Foi criada, já foi instalada e já começou a operar a Rede Nacional de Irrigantes (Renai), uma entidade que, na sua estreia, já congrega 81 entidades do setor produtivo da agricultura brasileira. 

Esta é a primeira boa notícia. Mas há segunda, e ainda melhor do que a primeira para o Ceará e os cearenses: o primeiro presidente da Renai, eleito por aclamação, é o empresário Luiz Roberto Barcelos, sócio e diretor da Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora mundial de melão, com fazenda de produção em Icapuí, no Leste do Ceará. 

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Barcelos tomou posse na quinta-feira, 9, em evento que teve, em Brasília, a presença de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, de parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e de diretores da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). F

alando logo após ser empossado, o primeiro presidente da Renai disse que o objetivo da rede é “dar voz às demandas da agricultura irrigada”. 

Luiz Roberto Barcelos disse mais: “Somos uma instituição que pretende defender os interesses desse setor da agricultura brasileira. Trata-se de um setor atento à inovação e que está chegando com o objetivo de revolucionar a agricultura, usando para isto uma tecnologia muito moderna que dispõe dos meios e dos métodos que permitem produzir mais alimentos com o uso de menos água e menos área.” 

Ele disse mais: “Somos um setor que não tinha, até agora, uma representação e uma interlocução com o governo, com o Parlamento, com a mídia e com a sociedade civil. A partir de agora, teremos”. 

Luiz Roberto Barcelos é, hoje, uma das mais conhecidas e admiradas lideranças do agronegócio brasileiro, principalmente as do setor da fruticultura. 

O empresário Carlos Prado, fundador da Itaueira Agropecuária, empresa concorrente da Agrícola Famosa, não esconde sua admiração pela vocação de liderança de Barcelos – foi Prado quem o indicou para a presidência da Comissão Nacional de Fruticultura do Ministério da Agricultura e, também, em 2014, para a presidência da então nascente Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), o que revela a excelente relação pessoal entre ambos.

A eleição de Luiz Roberto Barcelos para a presidência da Renai foi saudada com entusiasmo pelos empresários cearenses do agronegócio. 

Luiz Girão, fundador da Betânia Lácteos e um dos três maiores produtores de leite do Ceará, disse que “Luiz Roberto é um gestor competente e abençoado, pois onde ele põe a mão tudo prospera”. 

Cristiano Maia, presidente da Câmara Setorial da Carcinicultura, não deixou por menos: “Luiz Roberto é um craque como produtor, como gestor, como amigo e como líder”. 

Jorge Parente, sócio e membro do Conselho de Administração da Alvear (empresa que surgiu a fusão de negócios da Betânia Lácteos com a Embaré) não teve dúvida ao prever que “Luiz Roberto terá o mesmo êxito que obteve na direção da Abrafrutas”.

PERDENDO O BONDE DA INOVAÇÃO

Empenhado, pessoalmente e com sua equipe, na internacionalização da economia cearense, de que são exemplo a recente missão a Portugal e as duas que se realizam nesta semana na Dinamarca e na Holanda e Reino Unido, o secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, Maia Júnior, lamenta que, 60 anos depois da criação do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), fábricas de fiação, tecelagem e de confecções do Ceará estejam perdendo “o bonde da inovação tecnológica”.

Ele cita como exceções dessa regra do atraso a Vicunha Têxtil, a Santana Textiles, a Têxtil União, a Têxtil Bezerra de Menezes e a Del Rio que, investindo na inovação, na apropriação de tecnologia de ponta, na melhoria da logística de distribuição, na abertura de novos mercados e no uso eficiente do crédito e dos incentivos que o estado oferece, mantêm-se competitivas.
Maia Júnior também destaca a posição da Arco e do Hapvida, que, buscando financiamento no mercado de capitais via Bosa de Valores, desprezaram os incentivos governamentais. 

“São as novas economias substituindo as velhas”, sentencia o secretário Maia Júnior, para quem já está na hora de substituir o tradicional discurso da anistia ou da renegociação de dívidas e de mais crédito subsidiado por uma atitude inovadora, “e aqui mesmo no Ceará há exemplos perfeitos e acabados de empresas e empresários que já fizeram isso, e hoje colhem os frutos dessas decisões”.

Maia Júnior adverte que estão chegando ao Ceará “economias dinâmicas e diversificadas, como a do Hub Tecnológico, que já trouxe para cá gigantes mundiais como Google e Amazon, e como a do Hub do Hidrogênio Verde, que estão buscando outro tipo de incentivo, que é da ZPE do Pecém, voltado para a exportação”.