Itaueira exporta 5 mil toneladas de melão para a Europa

Empresa da família Prado abriu 1.250 novos empregos e colhe a primeira safra de sua fazenda em Morada Nova. Serão exportados 200 contêineres.

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 04:44)
Legenda: Na sua fazendade Morada Nova, a Itaueira está colhendo sua primeira safra, boa parte da qual será exportada para o mercado europeu
Foto: Divulgação
Esta página é patrocinada por:

Madri (Espanha) -- Há festa na Itaueira Agropecuária, que iniciou, em setembro passado, a colheita e começa agora a exportar a primeira safra de melão de sua fazenda cearense, localizada às margens do Eixão das Águas, no distrito de São João de Aruaru, em Morada Nova, no Vale do Jaguaribe.  

Em área inicial de 1.250 hectares, que serão 3 mil hectares dentro de dois anos, a empresa da família Prado está produzindo para os mercados interno e externo, prevendo exportar para a Europa, até o próximo mês de fevereiro, 200 contêineres de 20 pés, o equivalente a 5 mil toneladas de melão com sua marca Rei. 

Tom Prado, sócio e CEO da Itaueira, está em Madri com seu irmão e sócio Caito e mais seu time de profissionais da área comercial, participando da Fruit Attraction, segunda maior feira mundial da cadeia produtiva de hortifrutis, que se realiza anualmente, nesta época do ano, no Centro de Eventos da capital espanhola.  

Ontem, depois de um dia inteiro de reuniões previamente agendadas com mais de 20 importadores europeus, norte-americanos, canadenses, sul-africanos e dos Emirados Árabes Unidos, os Prado celebravam três vitórias: 

“A primeira é a alta qualidade do nosso produto cearense, que, logo na primeira colheita, correspondeu totalmente à nossa expectativa, o que revela o trato correto que demos ao solo da fazenda; a segunda é o retorno dos nossos antigos clientes, que esperaram sete anos para ter de volta o nosso melão Rei (nesse período, a Itaueira, por falta de água na antiga fazenda de Aracati, à margem do Canal do Trabalhador, ficou sem exportar, produzindo melão apenas para o mercado interno brasileiro em suas unidades do Piauí e da Bahia); e a terceira vitória, que compartilhamos com o governador Elmano de Freitas, é a criação de 1.250 empregos diretos, formais, isto é, com Carteira assinada, no sertão cearense”, disse Tom Prado à coluna. 

(Na tarde de ontem, a coluna testemunhou a reunião dos irmãos Prado com dois importadores de Dubai, que já conhecem o melão da Itaueira, que é comercializado nos Emirados Árabes Unidos. Proposta deles: “Queremos 180 contêineres em três meses, por avião”. A equipe do setor de exportação da Itaueira já cuida do assunto.) 

Para a implantação da unidade cearense da Itaueira – que tem sede em Fortaleza – a Enel Distribuição Ceará, com recursos de um fundo administrado pelo governo estadual, construiu uma nova linha de energia elétrica, com 60 quilômetros de extensão, tendo a empresa, com recursos próprios, instalado uma subestação na área da fazenda em São João do Aruaru.  

Essa energia garante a operação de bombeamento da água outorgada pela Cogerh para a irrigação (por gotejamento) de toda a área cultivada e, ainda, o funcionamento do packing house (de acordo com o Google, o packing house é uma espécie de “casa de empacotamento" ou "casa de embalagem", onde produtos como frutas, legumes e hortaliças são processados após a colheita, recebendo os tratamentos e o beneficiamento necessários antes de serem distribuídos ao consumidor. Nesses locais, os alimentos são selecionados, lavados, classificados por tamanho e qualidade, embalados e armazenados em condições ideais para prolongar sua vida útil e garantir que cheguem ao mercado com segurança e padronização).   

Assim como em suas unidades baiana e piauiense, o melão plantado e colhido na fazenda cearense da Itaueira é rastreado. Cada fruta recebe um código de barras que contém informações indicando a localização da área em que foi plantada, passando pela colheita, processamento, embalagem, distribuição e venda. É a tecnologia também envolvida na parte final do processo produtivo. 

Tom Prado revelou que, para a primeira colheita no Ceará, a Itaueira trouxe um time de profissionais da Bahia e do Piauí, que instruiu os colaboradores cearenses, os quais se adaptaram “rápida e facilmente a todo o processo de produção”, incluindo o manejo das sementes, o plantio das mudas, o controle da irrigação e todo o processo de colheita e embalagem. A expectativa é de que, a partir de 2026, toda a equipe de 1.250 colaboradores da Itaueira em Morada Nova seja 100% cearense. 

A expansão da área cultivada será feita à medida em que forem sendo concedidas as licenças ambientais, pois para cada área é necessário um licenciamento específico.  

Tom Prado informou, também, que, hoje, o mercado consumidor brasileiro e estrangeiro passou a exigir, além do conhecido melão amarelo, outras variedades, como a “pele de sapo”, a “gália”, a “cantalupe” e a “matisse”, e mais a melancia sem sementes que a Itaueira também produz.  

Por que a fruticultura brasileira não consegue exportar tanto quanto o Chile e o Equador, por exemplo, cujas exportações alcançam até US$ 5 bilhões anuais, enquanto as do Brasil seguem patinando na casa dos US$ 1,2 bilhão? Respondeu Tom Prado: