Irrigação: Cearenses conhecem um novo mundo na Califórnia
Os 25 integrantes da Missão Faec, incluindo executivos do governo do Ceará, estão impressionados com a grandiosidade dos projetos irrigados da California, abastecidos com água da transposição do rio Colorado. .
Isto aqui é um mundo diferente. Esta é a opinião dos 25 integrantes da Missão da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), em parceria com o capítulo cearense do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-CE), depois de 48 horas de visita aos grandes projetos de irrigação da Califórnia (EUA), onde permanecerão pelos próximos 10 dias em viagem organizada pela Universidade da Califórnia, Davis. O objetivo da viagem é conhecer as novas tecnologias de irrigação e de controle do uso da água.
Ontem, terça-feira, 2, os cearenses conheceram uma fazenda agrícola localizada no Imperial Valley’s, de propriedade de empresários árabes, que nela cultivam alfafa, cuja produção é totalmente exportada para a Arábia Saudita. A alfafa é uma leguminosa perene largamente utilizada na alimentação de rebanhos bovinos.
Também visitaram outras fazendas, todas irrigadas, algumas das quais utilizando a tecnologia da irrigação subterrânea por gotejamento. Viram o cultivo de oliveiras em fazendas da região, que é irrigada com água da transposição do rio Colorado.
“Preste atenção: eles recebem aqui 113 m³ de água por segundo, ou seja, quatro vezes mais do que a vazão liberada para os Canais Norte e Leste do Projeto São Francisco de Integração de Bacias. E com um detalhe importante: os canais da transposição do rio Colorado foram construídos e operam há mais de 100 anos”, disse o presidente da Faec, Amílcar Silveira, em contato com esta coluna.
Ele também disse que o perímetro irrigado que a missão cearense visitou ontem foi instalado em 1911. “Esses norte-americanos estão na frente da gente há muito tempo”, comentou Silveira.
O presidente da Faec explicou que a água utilizada pelos agricultores californianos é taxada, e bem taxada, mas é subsidiada pelas indústrias e pela população das cidades que a consomem.
“Esse povo (referindo-se aos norte-americanos) é inteligente, pois considera que, quando você produz alimentos, merece ser subsidiado. Assim, a água que abastece os perímetros irrigados que estamos visitando segue para a cidade de San Diego, onde o consumidor paga mais caro por ela exatamente para subsidiar o seu uso na produção de alimentos”, disse Amílcar Silveira.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte, e seu colega presidente da Federação da Agricultura do Distrito Federal, Fernando César, que integram a missão como convidados especiais da Faec, também estão muito bem impressionados com o que estão vendo nos projetos de irrigação da Califórnia.
“Isto aqui é mesmo um novo mundo do ponto de vista agrícola”, comentaram eles.
Nesta quarta-feira, 3, a missão da Faec/Senar está cumprindo nova programação, que começou com uma visita à fazenda de Ronnie Leimbruger, em Holtville, que produz alfafa com aspersor de movimento linear e, também, com irrigação por gotejamento.
Da agenda de hoje ainda fazem parte visitas à fazenda Fondomonte, outra empresa da Arábia Saudita, que utiliza comportas automatizadas de irrigação de superfície, e à fazenda Termal/Meca, onde conhecerão pomares de limoeiros.
O time cearense jantará e pernoitar na cidade de Riverside.
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