Enid Câmara, presidente da Abeoc Brasil, entra na defesa do Perse

Um estudo elaborado pela Consultoria Tendências sobre o custo fiscal do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos é de R$ 6,6 bilhões. O Ministério da Fazenda diz que é muito mais.

Legenda: Enid Câmara (foto), presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abecoc Brasil)
Foto: Divulgação

Principal e mais antiga entidade do setor, a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil) encomendou estudo à Consultoria Tendências sobre o custo do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O estudo, já concluído. estima a renúncia fiscal do programa em R$ 6,5 bilhões. Este resultado confronta os valores apresentados pelo Ministério da Fazenda a respeito da mesma questão.

A Receita Federal tem divulgado dados divergentes sobre o real custo do Perse, além de muito superiores aos que constam no levantamento da Tendências – um dos maiores escritórios de economia do país, que tem, entre seus sócios, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, e o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.

No seu posicionamento mais recente, a presidente nacional da Abeoc, a cearense Enid Câmara, manifestou “preocupação com os dados incompletos fornecidos pelo Ministério da Fazenda sobre o Perse”.

No recente mês de fevereiro, a entidade protocolou solicitação de audiência com o ministro Fernando Haddad. Na ocasião, Enid Câmara declarou total apoio ao ministro na apuração de possíveis irregularidades no Perse, providência indispensável à sobrevivência das empresas do setor e para a consequente geração de emprego e renda no Brasil. 

Na mesma solicitação, Enid Câmara colocou a Abeoc Brasil à disposição do Ministério da Fazenda para fornecer informações e esclarecimentos que possam contribuir para as apurações em andamento e, assim, assegurar que os recursos públicos legitimamente destinados ao Perse sejam utilizados de maneira responsável e transparente.

Além da presidente da Abeoc Brasil, assinaram o pedido de audiência: Alexandre Sampaio, coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC – Cetur/CNC; Ana Carolina Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav); Manoel Cardoso Linhares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); Toni Sando, presidente da União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos (Unesdestinos); Paulo Ventura, presidente do Conselho de Administração da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios(Ubrafe); Augusto Vieira de Rua Pinto Guedes, presidente da Associação Brasileira de Cenografia e Estandes (Abrace);  Armando Arruda Pereira de Campos Mello, presidente Executivo do Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo (Sindiprom/SP); e Maristela Leite Pavan, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos/CE).

Falando a esta coluna, Enid Câmara disse que “a Abeoc Brasil sempre defenderá o caminho do diálogo”, acrescentando:

“Sabemos que o Perse segue sob análise do Governo Federal, por isto reafirmo a nossa disposição de fornecer todos os dados e explicações necessários à plena compreensão desse programa indispensável para milhares de empresas e profissionais. Já solicitamos formalmente uma audiência com o ministro Fernando Haddad e acreditamos na sensibilidade dele e do governo para que possamos demonstrar a importância da manutenção do Perse”.

Até agora, porém, o pedido de audiência não foi atendido.

Esta coluna apurou que a Assessoria Jurídica da Aeboc está atenta a todos os passos e tomando as medidas judiciais cabíveis para proteger coletivamente todo os seus associados. Hoje, terça-feira, 2, às 18 horas, a entidade promoverá para seus associados um reunião virtual para orientação e para novos esclarecimentos acerca do marco legal do Perse.

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