Indústria têxtil nacional aplaude Projeto Algodão do Ceará

Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, sugere que o empreendimento case com as necessidades da indústria cearense de fiação e tecelagem, seu principal e imediato consumidor

Legenda: Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), aplaude o Projeto Algodão do Ceará
Foto: Divulgação

Falando ontem, 6, com exclusividade a esta coluna, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, elogiou a iniciativa do Governo do Estado e de suas federações da Agricultura (Faec) e das Indústrias (Fiec), que criaram e lançaram o “Projeto Algodão do Ceará”, ao qual começam aderir grandes produtores gaúchos e paranaenses que atuam em Mato Grosso e na Bahia.

Segundo Pimentel, a ideia é muito boa, pois o Ceará já foi um grande produtor de algodão mocó, de fibra longa, variedade muito exigida hoje pelo mercado. Na sua opinião, os sócios do Algodão do Ceará devem cuidar de fazer “o casamento com a indústria têxtil cearense”, que deverá ser o seu principal e imediato consumidor.

Esse casamento já existe, adiantou-lhe a coluna, acrescentando que a indústria e a agricultura do Ceará se deram as mãos para fazer deste estado um polo algodoeiro de importância nacional. Pimentel meneou a cabeça afirmativamente, enfatizando o fato de que o Piauí, “aqui vizinho ao Ceará, já produz algodão, e de alta qualidade; ora, se a geografia piauiense já produz algodão, por que o Ceará não pode fazê-lo, também”.

O presidente da Abit contou que, durante os três dias do Congresso Brasileiro do Algodão, ouviu falar bastante desse empreendimento, dispondo, porém, de poucas informações a respeito dele. Mas fez questão de dizer: “As que eu recebi acenam para uma grande possibilidade de sucesso”.
 
Com seu jeito característico e sincero de expor suas opiniões, o presidente da Abit alertou para um detalhe, dizendo, com outras palavras, o seguinte:

“Se o Projeto Algodão do Ceará for feito com colheita manual, aí a coisa muda de figura e a perspectiva, do ponto de vista econômico, não será boa”.

Novamente, a coluna interveio para dizer que o projeto cearense juntará grandes, médios e pequenos produtores. Os primeiros já dispõem da tecnologia e já cultivam e colhem – mecanicamente – algodão na Chapada do Apodi, no Leste do Ceará, obtendo produtividade semelhante à de Mato Grosso e do Oeste baiano. 

Os médios e os pequenos produtores terão assistência técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-CE). Todo o projeto, é preciso salientar, já recebe consultoria do maior especialista brasileiro, Milton Ide, que segunda-feira, 9, e terça-feira, 10, visitará a Chapada do Araripe, no Sul do Estado, onde serão feitos os mais vultosos investimentos, com a participação dos produtores que já estão vindo do Mato Grosso e da Bahia.

Além dessa estrutura, o Projeto Algodão do Ceará terá a supervisão dos pesquisadores da Embrapa Algodão. 

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