A Bolsa de Valores B3 fechou em queda de 0,65%, aos 109.036 pontos. O dólar subiu e fechou cotado a R$ 5,37, com alta de 1,15%.
A queda da bolsa, de acordo com os analistas do mercado, foi impulsionada pela falta de mais informações sobre a equipe econômica do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Não se sabe, ainda, quem será o próximo ministro da Fazenda, e isto deixa apreensivos os investidores, ou especuladores, que precisam de um sinal sobre como será mesmo a política econômica de Lula, principalmente a relacionada com o lado fiscal, ou seja, com os gastos do governo.
Na verdade, o que deixa nervoso o mercado é a incerteza quando ao texto da chamada PEC da Transição, o qual dirá que tamanho será o furo na Lei do teto de gastos. Por enquanto, causa boa expectativa a última informação de que essa PEC virá com um rombo menor no orçamento, mas isso precisa ser confirmado.
Enquanto isso, o Banco Morgan Stanley rebaixou ontem a nota de avaliação de risco do Brasil, tirando-a de exposição acima da média do mercado para neutro.
A causa é a possibilidade de a política fiscal do próximo governo causar mais gastos, elevando as dúvidas sobre a capacidade de pagamento do serviço da dívida brasileira, isto é, dos juros dessa dívida. A última vez que o Brasil deu calote foi no governo Sarney, no século passado.
Ontem, o UBS BB, um banco suíço de investimentos, rebaixou a posição da Petrobras no mercado. Segundo o Infomoney, site especializado em economia, esse rebaixamento foi de compra para venda, ou seja, os analistas do UBS aconselham a venda das ações da maior estatal brasileira tendo em vista a próxima mudança de comando da empresa, cuja política de preços deverá mudar a partir de janeiro.
O UBS também cortou em 53% o chamado preço-alvo das ações da Petrobras, que desceram de R$ 47 para 22. Mas é preciso esclarecer que se trata de uma análise da representação brasileira do UBS, cujos analistas se mostram cautelosos em relação ao futuro próximo da Petrobras, cujas ações subiram ontem 0,15%, a R$ 27,06.
Analistas do Itaú BBA também se manifestaram cautelosos em relação às ações da Petrobras.
Os analistas do Bradesco BBI também disseram, em relatório para os seus grandes clientes, que é improvável que os portadores de ações da Petrobras reinvistam na aquisição de novas ações os dividendos que receberão em janeiro. Esses acionistas aguardarão uma melhor definição do futuro governo sobre a gestão da estatal.