Incerteza na política e na Petrobras geram especulação no mercado

Sem saber nomes da equipe econômica de Lula, investidores mantêm cautela. Bancos desaconselham mais investimento em ações da Petrobras, pelo menos neste momento.

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 05:58)
Legenda: Bancos de investimento mantêm cautela sobre futuro próximo da Petrobras
Foto: Agência Brasil
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A Bolsa de Valores B3 fechou em queda de 0,65%, aos 109.036 pontos. O dólar subiu e fechou cotado a R$ 5,37, com alta de 1,15%. 

A queda da bolsa, de acordo com os analistas do mercado, foi impulsionada pela falta de mais informações sobre a equipe econômica do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. 

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Não se sabe, ainda, quem será o próximo ministro da Fazenda, e isto deixa apreensivos os investidores, ou especuladores, que precisam de um sinal sobre como será mesmo a política econômica de Lula, principalmente a relacionada com o lado fiscal, ou seja, com os gastos do governo.

Na verdade, o que deixa nervoso o mercado é a incerteza quando ao texto da chamada PEC da Transição, o qual dirá que tamanho será o furo na Lei do teto de gastos. Por enquanto, causa boa expectativa a última informação de que essa PEC virá com um rombo menor no orçamento, mas isso precisa ser confirmado.

Enquanto isso, o Banco Morgan Stanley rebaixou ontem a nota de avaliação de risco do Brasil, tirando-a de exposição acima da média do mercado para neutro. 

A causa é a possibilidade de a política fiscal do próximo governo causar mais gastos, elevando as dúvidas sobre a capacidade de pagamento do serviço da dívida brasileira, isto é, dos juros dessa dívida. A última vez que o Brasil deu calote foi no governo Sarney, no século passado.

Ontem, o UBS BB, um banco suíço de investimentos, rebaixou a posição da Petrobras no mercado. Segundo o Infomoney, site especializado em economia, esse rebaixamento foi de compra para venda, ou seja, os analistas do UBS aconselham a venda das ações da maior estatal brasileira tendo em vista a próxima mudança de comando da empresa, cuja política de preços deverá mudar a partir de janeiro. 

O UBS também cortou em 53% o chamado preço-alvo das ações da Petrobras, que desceram de R$ 47 para 22. Mas é preciso esclarecer que se trata de uma análise da representação brasileira do UBS, cujos analistas se mostram cautelosos em relação ao futuro próximo da Petrobras, cujas ações subiram ontem 0,15%, a R$ 27,06.

Analistas do Itaú BBA também se manifestaram cautelosos em relação às ações da Petrobras. 

Os analistas do Bradesco BBI também disseram, em relatório para os seus grandes clientes, que é improvável que os portadores de ações da Petrobras reinvistam na aquisição de novas ações os dividendos que receberão em janeiro. Esses acionistas aguardarão uma melhor definição do futuro governo sobre a gestão da estatal.