Ontem, quarta-feira, a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em alta de 1,17%, aos 109.459 pontos. O dólar, por seu turno, encerrou o dia com queda de 0,17%, sendo negociado a R$ 4,93.
Contribuiu para essa performance a notícia de que, nos Estados Unidos, o partido Democrata, que está no governo, e o Partido Republicano, de oposição, estão pertos de um acordo no Congresso para solucionar o problema do estouro do teto da trilionária dívida norte-americana.
Isto significa que o temido calote, ou “default” na linguagem técnica, não deverá acontecer, aliviando os mercados de lá e do mundo todo. Um calote norte-americano é só o que falta neste tumultuado mundo da economia.
Outra boa informação que animou a Bolsa B3 foi a de que o preço do minério de ferro subiu na China, o que causou a valorização das ações da Vale, que fecharam o dia com uma alta de 3,31%.
E ainda teve outra excelente notícia saboreada pelos investidores: o Índice Geral de Preços 10 (IGP-10), que calcula os preços no atacado, inclusive na construção civil, registrou queda, ou deflação, de 1,52% neste mês de maio.
O IGP-10 é medido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência, ou seja, o índice foi medido entre o dia 11 de abril e o dia 10 deste mês de maio.
Eis aí mais uma argumentação de que dispõem o presidente Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para manter a pressão sobre o Banco Central para a redução data básica de juros Selic, que está desde agosto do ano passado em 13,75%.
Mas, há menos de um mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a inflação cairá neste primeiro semestre e subirá no segundo. Apesar dessa previsão da autoridade monetária, os analistas do mercado indicam que só em setembro a taxa Selic deverá começar a cair.
No dia de ontem, os investidores gostaram de ouvir uma declaração do ministro Fernando Haddad, segundo quem o governo dispõe de 300 votos para aprovar o novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.
Além disso, os deputados federais manifestaram-se satisfeitos com o relatório sobre a proposta da nova matriz fiscal elaborado pelo relator, deputado Cláudio Cajado.
A propósito: ontem, no início da noite, a Câmara aprovou por 367 votos contra 102 o requerimento de urgência para o início da discussão da proposta da nova matriz fiscal.
A votação do novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, será feita na próxima semana, provavelmente na noite de quarta-feira, dia 24. O texto da proposta irá diretamente para o plenário, sem passar por qualquer uma das comissões técnicas da Câmara.
A aprovação do requerimento de urgência não causou surpresa e revelou que o governo – depois de liberar R$ 9 bilhões em emendas parlamentares – conseguiu, finalmente, organizar uma maioria na Câmara dos Deputados.
Ontem, em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Petrobras pode reduzir ainda mais os preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha, que foram reduzidos ontem.
Como a cotação do dólar caiu e o preço internacional do petróleo também caiu, e como o governo voltará a cobrar os impostos federais na venda da gasolina e do alcool, Haddad disse que o momento é de causar impacto positivo na bomba do posto de serviço, reduzindo o preço dos combustíveis, o que a Petrobras já está fazendo.
A desoneração tributária do óleo diesel e do gás de cozinha irá até o fim deste ano.