Acredite, pois é vero! As grandes empresas multinacionais descobriram, mesmo, o Ceará e o seu potencial de geração de energias renováveis, a capacidade comprovada de sua academia para a formação e qualificação de profissionais para os novos ramos da ciência, a criatividade de seus empresários, a sua estratégica localização geográfica e o comprometimento do seu governo com o desenvolvimento sustentável. Surge a pergunta: Como provar isto?
Resposta: das seis grandes empresas mundiais que estão prestes a, também, celebrar Memorando de Entendimento com o Governo do Ceará para o Hub do Hidrogênio Verde, há três gigantes multinacionais: a japonesa Mitsui, a francesa Total e a alemã Siemens.
“Alguém imagina que empresas desse porte planetário mostrariam interesse por algo sem viabilidade?”, perguntou a este colunista o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Maia Júnior, falando ontem, domingo, diretamente da Alemanha, onde se encontra.
Já foram celebrados 12 memorandos, todos voltados para projetos de geração de Hidrogênio Verde no Ceará – em cuja produção serão utilizadas energias renováveis, razão pela qual já é conhecido pela sigla H2V.
O secretário respondeu a algumas questões, a primeira das quais foi esta: de onde virá a água para garantir a operação desses projetos de produção de Hidrogênio?
Maia Júnior respondeu de bate-pronto: “Da dessalinização”, e explicou que, diante do extraordinário volume de investimentos estimados para as plantas industriais do H2V, o que se investirá em usinas de dessalinização “parecerá insignificante”.
Em quanto tempo, sairemos do sonho de hoje para a realidade?
O secretário Maia Júnior estima entre 10 e 15 anos. Focado nesse futuro próximo, o governador Camilo Santana tem dirigido a prioridade de sua gestão para os setores de logística, energias renováveis e óleo & gás.
Certamente por isto, a British Petroleum (BP) – que pode ser chamada de a Petrobras do Reino Unido – já manifestou ao governo cearense sua intenção de, além da produção de Hidrogênio, investir, também, no Complexo do Pecém, em um grande projeto de óleo e gás, no que se inclui a possibilidade de uma refinaria, área na qual o Brasil é demasiadamente carente (o Porto do Pecém tem um píer, com dois berços de atracação, próprio para a movimentação de combustíveis líquidos e gasosos).
Na opinião de Maia Júnior, o casamento do Porto do Pecém com o de Roterdã, em 2017, foi a pedra angular que permitiu a construção do projeto do Hub do Hidrogênio Verde no Ceará (por enquanto, trata-se mesmo de um projeto que, pelo andar da carruagem, será mesmo implementado, tantas são as portentosas multinacionais envolvidas e interessadas nele).
Maia lembra que Roterdã, maior porto da Europa, será a porta de entrada, naquele continente, do Hidrogênio a ser produzido no Ceará e em várias outras partes do mundo.
Ele diz que, neste momento, vários países caminham no mesmo sentido: produzir a energia do futuro, que é o H2, mas de maneira ambientalmente sustentável, isto é, verde, usando na sua produção energias renováveis, como eólica e solar, matérias primas graciosas com as quais a natureza divina privilegiou o Ceará. Assim, a sigla desse combustível será H2V.
Para receber as grandes companhias mundiais de energia e seus vultosos investimentos, “o Ceará terá de investir mais em infraestrutura, o que já estamos fazendo”, revela Maia Júnior, que quarta-feira, 3, pela manhã, em Roterdã, terá uma reunião com diretores da holandesa Shell, que solicitaram agenda com o secretário cearense.
A solicitação da Shell chegou por meio de Duna Uribe, diretora de Operações da CIPP S/A, empresa que administra o Complexo Portuário e Industrial do Pecém, representando o sócio holandês Porto de Roterdã (Duna é cearense de Jaguaribe, tendo sido diretora do Porto de Roterdã, onde residiu durante vários anos).
No mesmo dia, à tarde, Maia Júnior viajará para Copenhagen, capital da Dinamarca, onde terá uma agenda de reuniões de negócios, também com empresas interessadas em investir no Ceará.