Faec quer dobrar PIB da agropecuária até 2032

Hoje, a participação do agro no PIB do Ceará é de ridículos 5,14%. Amílcar Silveira, presidente da Faec, promete trabalhar para obter aumento da outorga de água para a irrigação.

Legenda: A SRH criou um novo sistema de outorga de água, que pode ser acessado pela internet
Foto: Honório Barbosa

No Distrito Irrigado Jaguaribe-Apodi (Dirja), implantado e administrado pelo Dnocs, há 38 pivôs centrais de irrigação, cada um dos quais pode irrigar 50 hectares.  

Um pouco além do Dirja, em Jaguaruana, a empresa Agropaulo - integrante do Grupo Telles, controlado pelo agropecuarista Everardo Telles, tem, sozinha, 28 pivôs centrais, cada um deles com capacidade para irrigar 100 hectares. 

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Neste momento, por causa das chuvas e da alta umidade do solo, a Agropaulo não está a utilizar esses equipamentos para produzir grãos e silagem que são comercializados por ela em boa parte da região nordestina. 

Precisará usá-los, porém, durante o segundo semestre, uma longa época de estio. 

Há uma pedra no meio do caminho da Agropaulo: a precária disponibilidade de água doce na região (ospoços profundos que ele perfurou deram água salobra). Mas, se depender da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), pelo menos 10 dos 28 pivôs da Agropaulo funcionarão no segundo semestre.

Será necessário, todavia, aumentar a outorga de água, e para isso a Faec dedicará todo o seu esforço, como promete seu presidente Amílcar Silveira. 

Já existe em operação uma adutora tubulada que leva água do rio Jaguaribe, captada na barragem de Pedrinhas, bem diante da sede municipal de Limoeiro do Norte, até o alto da Chapada do Apodi, distribuindo-a para o Dirja e, também, para os campos produtivos da Agropaulo. 

A Faec decidiu clarear o caminho da Agropaulo e do próprio Dirja, dando partida ao seu Plano Estratégico, divulgado na semana passada e denominado "Sementes do Futuro, do qual consta uma meta ousada e viável: dobrar, até 2032, a participação da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará.

 Hoje, de acordo com o último levantamento do IBGE, datado de 2019, e utilizado pelo Ipece, o agro participa com ridículos 5,14% do PIB cearense. 

"É muito pouco esse percentual, é quase nada, é raquítico diante do potencial que tem o setor primário da economia do Ceará. Temos de, até 2032, elevar essa participação para 10% e para isto a Faec dedicará toda a sua inteligência no sentido de apoiar os empreendimentos do produtor rural, seja ele de pequeno, médio ou grande porte", diz à coluna, com todo o entusiasmo, o seu presidente, Amílcar Silveira. 

Há boas notícias surgindo, e uma delas dá conta de que a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Governo do Estado criou, pela intrnet, um novo e rapidíssimo modelo de receber e emitir pedidos de outorga de água para produtores rurais de todos os tamanhos.

Na sexta-feira pasada, em apenas 30 minutos, o agricultor Sérgio Patrício, que planta café em 4,5 hectares em sua fazenda de Mulungu, no Maciço de Baturité, requereu e obteve a outoga de 35 mil metros cúbicos por ano. 

Essa água será retirada do açude de sua propriedade, cuja capacidade é de 45 mil metros cúbicos (um minúsculo reservatório). Como toda água extraída do subsolo ou da superfície é patrimônio da União, há que pagar pelo seu uso uma taxa mensal, que, no caso de Sérgio Patrício, por ser tão pequena, algo como R$ 20, não deverá ser cobrada.

A estação de chuvas deste ano, principalmente no último mês de março, tem sido muito boa para a recarga dos grandes açudes do Ceará, principalmente o Castanhão e o Orós. 

O Castanhão, além das águas da chuva que chegam das enchentes do rio Salgado, está recebendo, pelo mesmo caudal, a contribuição de 13 metros cúbicos por segundo que vem do Canal Norte do Projeto São Francisco.

O Orós, por sua vez, beneficia-se das cheias dos afluentes do rio Jaguaribe, por causa das quais seu volume aproxima-se de 1 bilhão de metros cúbicos, o que significa metade de sua capacidade total de 2 bilhões de metros cúbicos. 

Amílcar Silveira aposta na possibilidade de o Castanhão chegar ao volume de 1,5 bilhão de metros cúbicos no fim deste mês, com o que estariam assegurados 2,5 bilhões de metros cúbicos nos dois maiores açudes cearenses, volume suficiente para abastecer a população da Região Metropolitana de Fortaleza, para assegurar a dessedentação animal e para a irrigação na região do Baixo Jaguaribe, onde, além de muitas e variadas frutas, cultivam-se algodão, soja, sorgo, milho, palma forrageira, capim, tudo com a melhor tecnologia.

FIEC CRIA NÚCLEO DE GOVERNANÇA ESG

No próximo dia19, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) lançará o seu Núcleo de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), cujo objetivo será fornecer ao mercado a avaliação e a validação dessas práticas nas empresas industriais cearenses, guiando-as à sustentabilidade, em alinhamento com as melhores práticas globais.

O anúncio foi feito pelo presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que se acompanhou do seu 1º vice-presidente Carlos Prado, do vice-presidente Jaime Bellicanta, e da coordenadora do Núcleo EG da Fiec, Alcileia Sena de Farias.

O núcleo implementará o Programa ESG-Fiec. A empresa que dele participar estará credencia a receber o Selo ESG-Fiec, que a reconhecerá como indústrias comprometida com o desenvolvimento sustentável em todas as suas relações econômicas, ecológicas e sociais.