Esta semana tem inflação de novembro, Copom e PEC da Transição

E haverá, hoje, reunião da equipe de transição de Lua com o presidente e diretores da Petrobras. Estará presente o senador Jean Paul Prates, cotado para presidir a estatal. Ele é especialista em energia.

Legenda: Hoje, na sede da empresa no Rio, reúne-se o presidente da Petrobras com o time de transição do governo eleito
Foto: Shutterstock

Esta semana, do ponto de vista da economia, será bem animada. 

Para começar, logo mais às 8h30, o Banco Central divulgará seu Boletim Focus, que trará as previsões que, semanalmente, às segundas-feiras, 100 economistas de bancos e instituições financeiras fazem sobre a inflação, o PIB, o câmbio e a taxa de juros. 

Será a primeira previsão depois da divulgação do PIB de novembro, que foi de 0,4%, menor do que os 0,5% esperado pelo mercado. Vamos saber hoje se os economistas mantêm sua projeção de um PIB de 2,8% para este 2022. 

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Amanhã, terça-feira, terá início a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária do Banco Centra, o Copom, que, segundo 10 de cada 10 economistas, deverá manter em 13,75% a taxa de juros Selic. 

Mas o que vai interessar é o conteúdo da ata dessa reunião, pois ela trará sinais de como o Banco Central agirá para enfrentar um possível recrudescimento da inflação que virá logo como consequência das medidas do futuro governo Lula, a partir de primeiro de janeiro de 2023.

E na sexta-feira, 9, será divulgado o IPCA de novembro. O IPCA é o índice de Preços ao Consumidor Amplo, a taxa oficial de inflação do Brasil. 

A previsão do mercado é de uma inflação de 0,55%, ou seja, menor do que a inflação de outubro, que foi de 0,59%. Os economistas do Banco Itaú estão prevendo que a inflação de novembro ficará em 0,52%.

Esta semana promete, também, emoções na área da política, com direta repercussão na economia. 

O Senado Federal deverá começar a apreciar a chamada PEC da Transição, cuja aprovação é esperada para até o próximo dia 15, o que parece difícil, pois a proposta terá de ser examinada pelas duas casas do Congresso Nacional em votações de primeiro e segundo turnos. 

Ainda não foi definido o valor dos recursos que serão considerados fora do teto de gastos. O eleito presidente Lula quer R$ 198 bilhões, mas a maioria dos parlamentares considera exagerado esse volume de dinheiro, razão pela qual o impasse permanece, repercutindo na movimentação da Bolsa de Valores B3.

Para aumentar a expectativa, o mercado também aguarda a divulgação do nome do futuro ministro da Fazenda, que, pelo andar da carruagem, deverá ser o de Fernando Haddad, que não tem formação em economia. 

Haddad tem, nos últimos dias, conversado com agentes do mercado, principalmente com banqueiros e executivos de bancos, buscando apoio para a sua provável indicação a sucessor do ministro Paulo Guedes.

E hoje haverá a primeira reunião do presidente e diretores da Petrobrás com o time de transição do futuro governo Lula. Dessa reunião, que acontecerá na sede da estatal no Rio de Janeiro, participará o senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, cotado para ser o próximo presidente da Petrobras, cargo que hoje é ocupado por Caio Paes de Andrade. 

Também participará o engenheiro Maurício Tolmasquim, que foi secretário executivo do Ministério de Minas e Energia na gestão da presidente Dilma Roussef, tendo ocupado, também, a presidência da Empresa de Pesquisa Energética (PPE).

A reunião de hoje, segundo informa a Agência Reuters, terá como temas a carteira de ativos da Petrobras e sua política de preços para os combustíveis. 

A equipe de Lula quer um diagnóstico da situação atual da Petrobras, que tem apresentado, nos últimos trimestres, lucros extraordinários. A empresa enfrentou graves problemas entre 2008 e 2014.

Na semana passada, a equipe de transição do presidente eleito pediu à diretoria da Petrobras que suspenda o plano de desinvestimento da empresa até que assumam o novo governo e os novos dirigentes da estatal. A Petrobras pretende vender alguns ativos, com o que não concorda o governo eleito.