Primeiro ato midiático da governadora Izolda Cela, o decreto que liberou o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 – restrito agora aos transportes públicos (trens do Metrofor e do VLT e ônibus e vans) – aliviou um dos setores mais castigados pela pandemia: o de bares e restaurantes.
Não apenas no Ceará, particularmente em Fortaleza, mas em todo o país, foram esses estabelecimentos os mais prejudicados pelas severas medidas que governadores e prefeitos adotaram desde a segunda quinzena de março de 2020, quando o coronavírus invadiu o Brasil e matou centenas de milhares de pessoas de lá até aqui.
Em menos de cinco meses de pandemia, fecharam por falência centenas de restaurantes e bares na capital cearense, o que levou ao desemprego mais de cinco mil trabalhadores. Foi um tempo que os historiadores saberão contar com seus duros e cruentos detalhes.
Hoje, livres da máscara – que nos últimos meses já vinha sendo dispensada pelas pessoas, principalmente nos restaurantes – os frequentadores desses espaços de gastronomia e lazer reencontram-se agora com a normalidade e, entre uma garfada e outra, entre um gole e outro, contam casos de como foi viver dois anos sob restrições à liberdade.
Segundo as várias teorias da conspiração que surgiram à boleia da pandemia, a decisão dos governadores de impor o “fique em casa, a economia a gente vê depois”, teve o objetivo de testar a voz de comando da autoridade e sua correspondente obediência por parte da população comandada.
Pelo que se viu e ouviu, foi fácil – e tem sido fácil – controlar o rebanho não só fisicamente, mas também pelo modo psicológico – o decreto de uso das máscaras foi cumprido por praticamente 100% da sociedade cearense.
Voltemos ao tema que abriu esta coluna: os donos de bares e restaurantes retomam o sorriso, porque sua atividade, mesmo que reabilitada há quase um ano com as limitações de horário, enfrentava, ainda, o problema da obrigatoriedade do uso da máscara, constrangendo a clientela.
Agora, livre dela, abre-se para os empresários do setor o horizonte da prosperidade e, também, o de novos investimentos, de que é exemplo um grande restaurante que se constrói – para inauguração até o fim de maio – na rua Afonso Celso, entre Joaquim Nabuco e Tibúrcio Cavalcante, com ampla área de estacionamento e um detalhe: bem defronte ao Bar do Ciço, que tem, segundo as pesquisas tradicionais, a melhor comida de boteco da cidade.
Isto quer dizer que esse setor do serviço, grande empregador de mão de obra, reassume seu protagonismo, na certeza de que a pandemia da Covid-19 é coisa do passado.