Energia renovável cresce, mas insuficiente para a neutralidade de carbono

Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), os altos preços dos componentes dos parques de geração fotovoltaica impedem um crescimento maior.

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 10:49)
Legenda: Os custos dos componentes para geração de energia solar fotovoltaica subiram muito muito, reduzindo o seu crescimento
Foto: Shuterstock
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Relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado hoje, quarta-feira, 1, revela que, neste ano de 2001, será batido o recorde de geração de energias renováveis no mundo, que chegou aos 290 gigawatts (GW) de capacidade instalada.

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Estima a AIE que, até 2026, a geração de energias renováveis alcançará mais 4.800 GW, ou seja 60% a mais do que a capacidade instalada de 2020 e equivalente – acreditem – à capacidade atual de eletricidade oriunda dos combustíveis fósseis e nucleares juntos.

Ainda de acordo com o relatório da AIE, a energia solar fotovoltaica responderá por mais de 50% desse crescimento, ao mesmo tempo em que a geração de energia eólica offshore (dentro do mar) deverá triplicar sua capacidade instalada.

Há pedras no meio do caminho: os preços dos equipamentos e componentes da geração fotovoltaica cresceram e seguem crescendo muito, antevendo-se que esse incremento se prolongará até o fim do próximo ano. Assim, o mercado crê que os custos de implantação de parques de energia solar ficarão mais caros, talvez rondando os dos anos anteriores a 2015.

"Os atuais preços elevados dos materiais representam novos desafios para o setor das renováveis, mas os preços elevados dos combustíveis fósseis também tornam as energias renováveis ainda mais competitivas", disse o diretor da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

Resumindo: o crescimento esperado na geração das energias renováveis não será suficiente para colocar o mundo no caminho da neutralidade de carbono em 2050, o que é necessário para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C em comparação com o período pré-industrial, analisa o relatório da AIE..

Para isso, a taxa de nova capacidade renovável instalada até 2026 teria de duplicar a previsão da AIE, e o crescimento da procura de biocombustíveis teria de ser quatro vezes superior.