Problemas na oferta de água para agropecuária no Jaguaribe

Segundo o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, a saída dependerá de vários fatores, inclusive o preço. Leia mais: Funcap frustra indústria e agricultura no Seminário da Água; 3) BScash chega ao Banco24Horas

Legenda: Como o Estado não pode fazer chover, a oferta de água para a agricultura irrigada no Jaguaribe dependerá de vários fatores, incluindo novas outorgas da ANA.
Foto: Natinho Rodrigues

Que plano tem o Governo do Estado para assegurar água para as atividades agropecuárias no Baixo Jaguaribe, onde cresce um polo de agricultura irrigada que produz frutas, algodão, sorgo, palma forrageira, sementes de soja e muito mais?

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O secretário de Recursos Hídricos, engenheiro Francisco Teixeira, respondeu assim:

“Não temos como fazer chover para encher os grandes reservatórios do Estado. Temos feito o possível com a água de que dispomos. A saída para o agronegócio na grande bacia do Jaguaribe dependerá dos seguintes fatores:

“Conclusão do PISF (Projeto de Interação do São Francisco) na sua plenitude; Flexibilização da outorga da ANA (Agência Nacional de Águas); Modicidade tarifária.”

E agora vem o principal da resposta do secretário Teixeira:

“Disposição do agronegócio para pagar um valor adequado da água do PISF (não dá para o setor agropecuário pagar pela água R$ 0,003 a R$ 0,03 por m3 (metro cúbico), como atualmente, com o PISF cobrando próximo a R$0,80/m3). Vale salientar que a indústria paga de R$0,85 a R$3,00 por m3 e a Cagece na RMF (Região Metropolitana e Fortaleza) paga R$0,20 a R$ 0,60 por m3.”

ÁGUA: FUNCAP FRUSTRA AGRO EM SEMINÁRIO 

Dois empresários, um da indústria, outro da agricultura, frustraram-se, ontem, no Seminário “Água no Semiárido”, realizado em conjunto pela Funceme, Cogerh, Cagece e universidades da Holanda com o apoio da Fiec. O seminário termina hoje.

O que os frustrou foi a fala do representante da Funcap (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que, segundo o industrial, “revelou completo distanciamento do que pede o setor produtivo de um organismo criado para financiar pesquisas de inovação que estimulem o desenvolvimento econômico do Ceará”. 

Ele se referiu à lista de iniciativas mostrada ao auditório e adotadas e financiadas pela Funcap, uma das quais com apenas R$ 90 mil. 

Na sua opinião, é algo semelhante às teses de mestrado e doutorado, “que enfeitam prateleiras das universidades, mas não contribuem para o aumento da produção industrial e agrícola do Estado”.
 
Por sua vez, o agricultor lastimou que persista o divórcio da Funcap com o setor produtivo. 

“Entendo que, assim como acontece nos países desenvolvidos, aqui também as pesquisas financiadas com dinheiro público devem ser feitas com foco nas necessidades tecnológicas das empresas dos diversos setores da atividade econômica. São elas que produzem em escala, são elas que geram empregos, são elas que, efetivamente, colaboram para o progresso do Ceará”, resumiu ele. 

Mas o seminário também encantou os que dele participam. Na sua abertura, o vice-presidente da Fiec, Carlos Prado, representando o presidente Ricardo Cavalcante, chamou a atenção dos empresários cearenses “para as oportunidades que aqui se oferecem às empresas cearenses interessadas nas tecnologias que as empresas holandesas disponibilizam para, por exemplo, captar água da umidade do ar”.

Carlos Prado disse que as empresas da Holanda já fabricam equipamentos que produzem água de boa qualidade e em escala, algo de que o Ceará necessita, e muito. Mas ele lembrou que há uma equação a resolver, principalmente nas regiões mais distantes, onde se localizam as populações isoladas. 

Onde falta água de boa qualidade, pioram as condições sanitárias das pessoas. Aí surge a equação: “Quanto gasta o Governo para cuidar da saúde do povo sertanejo e quanto ele gastaria para, de uma forma definitiva, solucionar este problema?”, questionou Prado.

O brasileiro Luewton Agostinho, professor doutor da NHL Stenden University, da Holanda, disse que um projeto de inovação, desde a sua ideia até chegar ao mercado, “tem uma jornada de 15 anos” e acrescentou que “a tecnologia do uso da água para a saúde das pessoas passa bela boa estruturação do projeto de inovação, o que exige dos seus empreendedores a paciência da tartaruga”.

Agostinho disse, textualmente: “A indústria da água no Brasil é jovem, ainda inexplorada, mas com um mercado muito promissor. O projeto de inovação para ter êxito depende de uma multiparticipação”.

BSCASH NO BANCO 24 HORAS

Novidade na praça de Fortaleza: a BSCash, uma empresa do Grupo BSpar, controlado pelo empresário Beto Studart, tornou-se uma das mais de 150 instituições financeiras com acesso ao Banco 24 Horas.

A conexão da BSCash com o Banco24Horas é feita por meio da plataforma HubDigital, desenvolvida pela TecBan. 

Feliz com a novidade, Beto Studart disse à coluna que sua BSCash nasceu com o objetivo de contribuir para que as pessoas e empresas disponham de mais tecnologias de acesso aos serviços financeiros de forma segura e simples, contribuindo para a inovação.

“Neste sentido, a parceria com a TecBan, por meio do seu HubDigital, é estratégica para o objetivo da BsCash de ter uma atuação nacional”, concluiu Studart.