Em S. J. do Jaguaribe, sai o agricultor, entra o carcinicultor

Já são centenas de criadores de camarão, que trocaram o chão de terra pelos tanques de água salobra. Leia mais: Em Berlim, a Sedet e o Porto do Pecém apresentam o Ceará aos europeus

Legenda: No Vale do Jaguaribe, cresce em alta velocidade a criação de camarão
Foto: Honório Barbosa

Em São João do Jaguaribe, a carcinicultura avança no veloz ritmo do frevo. 

Havia cinco anos, o município desconhecia totalmente essa atividade econômica. Agora, porém, segundo informa seu vice-prefeito e secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Delênio Augusto, a criação de camarão em cativeiro já mobiliza centenas de produtores na zona rural, quase todos antigos agricultores que trocaram o chão de terra pelos tanques de água salobra, cuja área varia de meio a um hectare.

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O vice-prefeito e secretário revela que já existem em São João do Jaguaribe 300 tanques de criação, de meio hectare cada um, cheios de água salobra obtida de poços perfurados na região e, também e naturalmente, de camarões de vários tamanhos e gramatura.

Preocupada com a alta velocidade com que a carcinicultura se desenvolve em seu município, a Prefeitura de São João do Jaguaribe está fazendo o que Delênio Augusto chama de Raio X da situação. 

Nesta terça-feira, 5, o secretário tem reunião com os carcinicultores para “ouvir deles reclamações, demandas e sugestões que nos orientarão para um correto monitoramento dessa novíssima cultura, estabelecendo uma política pública para dar suporte à sua cadeia produtiva”.

Para o empresário cearense Crsistiano Maia, maior criador de camarão do Brasil, não é só em São Joãodo Jaguaribe que avança a carcinicultura. 

"Em todo o Vale jaguaribano essa atividade cresce, abrindo emprego e criando renda para os antigos agricultores", explica Cristiano Maia, que aposta na rápida ampliação dessa atividade, que parece ser uma nova fronteira do agronegócio no Ceará e no Nordeste.

AGRO DO CEARÁ APRESENTA-SE EM BERLIM E BARCELONA 

Tal qual um vendedor, o secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho) (Sedet), agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, está hoje em Berlim, na Alemanha, expondo na Fruit Logistica, maior feira mundial da extensa cadeia produtiva de frutas, legumes e verduras (FLV), o que tem o Ceará a oferecer para o fruticultor que, vindo de qualquer país dos cinco continentes, deseja ampliar seu negócio para além da Europa, dos EUA, da Ásia, da África e da Oceania. 


“Temos um grande potencial, ainda não explorado, na área da agropecuária”, diz o secretário Sílvio Carlos Ribeiro, citando a fruticultura, a carcinicultura, a horticultura, a floricultura, a cotonicultura e a pecuária leiteira como setores prontos para crescer e para dobrar, em 10 anos, a participação do agronegócio no PIB cearense, que hoje está restrita a franciscanos 5,14%. 

Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que administra o Porto do Pecém, do qual é sócio com 30% do seu capital o Porto de Roterdã, a Sedet está promovendo um roadshow em Berlim, o mesmo que será apresentado de 25 a 29 deste mês em Barcelona, durante a 28ª edição do Seafood Global Expo, maior feira mundial da cadeia produtiva da pesca. 

Duna Uribe, diretora comercial da CIPP S/A, que representa o Porto de Roterdã no comando da empresa, está também em Berlim, cumprindo, com Sílvio Carlos Ribeiro, uma agenda de reuniões com diretores e empresários de empresas estrangeiras que se mostraram interessadas em conhecer mais sobre o potencial do Ceará e de sua economia.