Economia da Saúde no Ceará: que tal uma parceria com a Índia?

Já foram criados três Distritos Econômicos de Saúde e algumas âncoras importantes já estão aqui, como a Fiocruz e a Bio Manguinhos. Mais: 1) Um plano de reflorestamento para a cajucultura; 2) Aeroporto do Cariri: a desconfiança

Legenda: Para Cibele Gaspar, autora do artigo sobre a Nova Economia da Saúde, seria muito bom que o Ceará tivesse a ajuda dos indianos
Foto: Shutterstock

Instigado pelo artigo que Cibele Gaspar – mestra em gestão estratégica e administração financeira – escreveu ontem para esta coluna sobre a Nova Economia da Saúde, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, Maia Júnior, transmitiu as seguintes informações:

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“O cluster da Saúde do Ceará já existe formalmente no Plano Ceará Veloz em todos os níveis – 1.0, 2.0 e 3.0. Já estamos trabalhando nele. O de que precisamos, agora, é atrair mais empreendimentos, sendo que alguns da área de serviço já estão acontecendo. 

“Estamos trabalhando pela atração de grandes fábricas de fármacos e de equipamentos hospitalares para podermos ter uma Economia da Saúde e não um cluster, algo que já foi priorizado no Plano de Governo, existindo uma estrutura montada e trabalhando para isto.

“Já foram criados três Distritos Econômicos de Saúde; algumas âncoras importantes já estão aqui no Eusébio, como é o caso da Fiocruz e da Bio-Manguinhos. Este é, realmente, um grande desafio para completar o trabalho de transição econômica que estamos realizando”. 

Cibele Gaspar sugeriu, no seu artigo, que o Brasil e o Ceará devem produzir internamente o que hoje tem sido importado para o combate à pandemia da Covid-19.
 
E disse que o Ceará deve tornar realidade o cluster da Saúde previsto no Plano Ceará Veloz, no qual estão delineadas as ações do governo do Estado de agora até 2050.

O que escreveu Cibele Gaspar produziu imediata repercussão. 

Um consultor de empresas e fomentador de negócios que têm o Ceará como principal alvo acionou um amigo sueco, alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU), o qual, por sua vez, tem estreita relação com o governo da Índia, a quem expôs o conteúdo do artigo de Cibele Gaspar.

A ideia do consultor cearense, já apoiada pelo seu colega dos quadros da ONU, é construir uma parceria com as autoridades sanitárias indianas capaz de formalizar uma parceria da Índia com o Ceará na área da saúde para a produção de fármacos.

O que imaginou o consultor vai ao encontro do que pensa Cibele Gaspar, admiradora da Índia, “um país líder global em insumos para medicamentos”. 

“Uma parceria para que fossem produzidos no Polo de Saúde do Eusébio esses medicamentos certamente seria muito bem-vinda para o Ceará. O Cluster da Saúde é uma iniciativa lindíssima do governo cearense e pode ser impulsionada”, disse ela. 

CRÉDITO SUBSIDIADO PARA A CAJUCULTURA

Tereza Cristina, ministra da Agricultura e Pecuária, virá a Fortaleza no próximo dia 10. Da sua agenda consta, também, a apresentação de um programa de recuperação da cajucultura cearenses.
 
Há muita expectativa entre os empresários produtores e exportadores de castanha de caju, para os quais um programa de reflorestamento da cajucultura terá de, obrigatoriamente, contar com o financiamento, com juros subsidiados, dos bancos oficiais, principalmente do BNB.

Esse reflorestamento será feito com a troca do cajueiro antigo, de copa alta e larga, de pouca produção e produtividade, pela variedade anão precoce, criada e desenvolvida pela Embrapa e hoje disseminada pelos países da África e da Ásia.

AEROPORTO DO CARIRI: A DESCONFIANÇA

Autoridades e empresários de Juazeiro do Norte estão com uma pulga atrás da orelha: a AENA, empresa que, por meio de leilão público, assumiu a gestão do Aeroporto Regional do Cariri, localizado naquela cidade, dá sinais de que fará pouco pela ampliação e modernização do seu Terminal de Passageiros e pela ampliação de sua pista de pouso.

O aeroporto de Juazeiro do Norte, que tem vários pousos e decolagens diários de aviões da Gol e da Tam, dispõe de uma pista de apenas 1.900 metros, menor do que a de Jericoacoara, que tem 2.200 metros. 

A propósito: no ano passado, 56.602 passageiros embarcaram e desembarcaram no aeroporto do Cariri; no de Jericoacoara, 33.526.

HOJE É DIA DE SUBIDA DOS JUROS

Desde ontem está reunido o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.

Hoje, às 18 horas, será divulgado o novo porcentual da Selic – a taxa básica de juros da economia brasileira, que, segundo 10 em cada 10 economistas, deverá romper a barreira dos 10% ao ano.

Hoje, a taxa Selic está em 9,25%.
 
SÃO GONÇALO DO AMARANTE SEGUE LÍDER

Saiu a edição anual do Ceará em Comex, relativo ao comércio exterior do Estado no período de janeiro a dezembro de 2021. O documento é elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias (Fiec).

Está revelado lá que o município de São Gonçalo do Amarante segue sendo o líder das exportações do Ceará, respondendo por 56% das vendas para o estrangeiro, ou seja, o equivalente a US$ 1,16 bilhão – um incremento de 65,1% em relação a 2020.

Há uma causa: em S. Gonçalo do Amarante localiza-se a usina siderúrgica da CSP, que lidera a pauta das exportações cearenses. É lá, também, que está o Porto do Pecém e seu Complexo Industrial.