Dinamarquesa pede ampliação logo do Porto do Pecém

Oyvind Vessia, diretor da maior empresa mundial de energia eólica "off shore", advertiu que Pecém deverá estar preparado no curto prazo para processar H2V e energias renováveis

Legenda: Porto do Pecém terá de ser ampliado para atender demanda do H2V e de energia solar "off shore"
Foto: Carlos Marlon

Exclusivo! Oyvind Vessia, diretor de Política Energética da Orsted, maior empresa mundial de energia eólica “off shore” (dentro do mar), sugeriu nesta sexta--feira, 5, ao secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, Maia Júnior, a imediata expansão do Porto do Pecém, que, no curto prazo (sete anos, mais ou menos), terá de estar preparado para processar a produção de Hidrogênio Verde e de energia renováveis.

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A sugestão foi feita nesta sexta-feira, 5, em Copenhagen (Dinamarca) durante encontro de Vessia com Maia Júnior. 

O dinamarquês disse ao cearense que a Orsted deixou de produzir combustíveis de origem fóssil no Mar do Norte e redirecionou sua atividade para a produção de energia eólica gerada dentro do mar, da qual é líder no mundo.

Oyvind Vessia também revelou que sua empresa analisará com interesse a proposta de produzir Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém, mesmo que o Brasil não esteja no seu radar de investimentos, que se voltam para a China, os EUA e a Europa.

O secretário Maia Júnior informou a coluna sobre suas reuniões de ontem e de hoje em Copenhagen, e revelou que, fruto desses encontros, um time de engenheiros da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A) será enviado à Dinamarca e ao Porto de Roterdã para conhecer a operação do Hidrogênio Verde e da energia eólica “off shore”, produtos que comporão a rotina do terminal cearense em pouco tempo.

De acordo com Maia Júnior, para cada 1 Gigawatt (1 GW) gerado “off shore”, são gerados 9 mil empregos. 

“O Ceará tem hoje 11 GW de energia eólica ‘off shore’ em processo de licenciamento nos organismos ambientais, o que representa 90 mil novos empregos diretos”, ressaltou o secretário do Desenvolvimento Econômico, ampliando na voz o seu conhecido entusiasmo.

Ainda de acordo com Maia, a Dinamarca “ficou pequena para o tamanho de suas necessidades e das necessidades do mundo na área de energia”, razão pela qual deseja, hoje, expandir seus negócios no setor, para o que o Ceará é visto como um parcerip estratégico.

Essa parceria é explicável: está no Ceará uma portentosa fábrica de turbinas da dinamarquesa Vestas – maior empresa mundial de fabricação de equipamentos para a geração de energia eólica. Além disso, opera, destacadamente, no Porto do Pecém, a Maersk, gigante da navegação mundial.

“Tudo isso faz do Ceará um centro de atração de investimentos”, assinala Maia Júnior.

Ele disse que a Vestas já está produzindo, na Dinamarca, torres metálicas de energia eólica com 263 metros de diâmetro e 150 metros de altura.

Assim, “diante de tudo que ouvi e vi, retorno ao Ceara com algumas certezas, a primeira das quais é de que estamos no caminho certo; a segunda é que teremos de, realmente, ampliar o Porto do Pecém, pois, além da energia eólica ‘off shore’ e do H2V, teremos de processar com rapidez e eficiência toda a carga que chegará pela Ferrovia Transnordestina”.

Mais otimismo, impossível.